Minha história com a música: Tuanny Honesko

De alguma forma, eu acho que nasci musical. Não sei se veio comigo, se os estímulos foram vastos ou o que exatamente me fez assim. O fato é que eu dançava no andador na frente do rádio enquanto minha mãe cozinhava, que a música me deixava mais feliz, que minha casa sempre foi cheia do barulho.

Porém, é impossível pensar na minha formação musical sem lembrar da minha avó paterna, Tereza Honesko. Ela sim, tinha a música na veia. Sempre animada, cantando, dançando, também foi autodidata nos instrumentos musicais. Tocava de tudo, de ouvido, fosse violão, acordeom, órgão ou qualquer coisa que fizesse som e caísse nas suas mãos. Porém, o preferido sempre foi o teclado, que tinha um destaque especial na sala da casa.

Minha história com a música: Tuanny Honesko

Também nasci simpática e exibida, como meu pai e minha avó. Se tivesse um microfone, uma câmera ou um palco, lá estava eu. Tive muito estímulo! Meu pais são entusiastas do pop-rock, The Beatles, Michael Jackson, Madonna, Duran Duran, Tears For Fears, Legião Urbana, Capital Inicial. Minha mãe, inclusive, sempre me mostrou Caetano, Chico, Gal.

Minha avó se tornou minha maior incentivadora. Pagou aulas de canto, teclado e violão, assistia a todas as apresentações, levava-me para o coral do colégio, aulas de dança e teatro. Meu pai teve muitos amigos músicos ao longo da vida e arrisca seus momentos de cantor até hoje. E um sábado é perdido para a minha mãe se ela não começar o dia assistindo a um show no último volume.

Formando o próprio gosto musical

Já falei aqui que, aos oito anos, minha vida mudou quando conheci as boy bands, girl bands e o pop dos anos 90. Morando nos fundos da casa da minha avó (agora, a materna) e passando muito tempo trancafiada no meu quarto, comecei a testar a voz com músicas mais complicadas, arranhando Mariah e Whitney. De vez em quando, ouvia minha avó aplaudindo lá fora. Infelizmente, até hoje continuo no “iniciante” do teclado e do violão.

Mais tarde, veio o grunge e a vontade de ser uma rebelde sem causa. Pronto, tinha virado roqueira. E, em 2003, aos 13 anos, eu descobri Evanescence e me virei para o lado “gótico” da força. O metal melódico me pegou de jeito, e a voz foi sendo testada por esse viés. Amava bandas como Lacuna Coil, H.I.M. e Within Temptation, além dos clássicos AC/DC e Metallica.

No colégio, fiquei amiga de uns 10 meninos vestidos com camiseta de banda e com cabelos compridos. E é claro que eles tinham banda. Então, minha primeira apresentação ao vivo (com banda, e não com o coral da escola) foi como convidada em um recital em que eles iriam tocar. Num pequeno palco, com um grupo de meninas que eu não conhecia, cantei “Otherside”, do Red Hot Chili Peppers.

Resolvi que meu sonho de vida era ser rockstar.

Concursos, bandas falidas e seleção para a TV

Continuei cantando amadoramente, tentando montar bandas e me apresentando com amigos durante toda a minha adolescência e a época da faculdade. Ensaiei, praticamente, com todos os meus amigos que tocavam algum instrumento. Participei de muitos recitais de escola de música, apresentações acadêmicas e concursos – nos quais eu sempre tirava quarto lugar.

Já no fim da faculdade, fiz uma inscrição para o “Geleia do Rock”, um programa do Multishow que era apresentado por Beto Lee e tinha o objetivo de montar uma banda. Eu fui a única paranaense selecionada, e vim fazer a etapa regional em Porto Alegre. Não passei para a etapa nacional, mas foi meu primeiro contato com a cidade que se tornaria, poucos anos depois, a minha casa.

Já em Porto Alegre…

Minha mudança para POA aconteceu em maio de 2012, quando consegui um emprego por aqui. Em novembro ou dezembro, eu já fazia parte de uma banda formada por mulheres que tocavam indie rock. Nos apresentamos poucas vezes, mas ensaiamos muito.

Com o fim da banda e a certeza de que já tinha passado minha idade de ser rockstar, desisti durante um tempo. Porém, em 2016, fui contatada por um cara que tinha uma banda para tocar na noite e em eventos, e fiquei bons meses cantando pop-rock e músicas dos anos 80 com essa galera. Foi a primeira (e única) experiência musical que me pagou cachê. Se eu trabalhei e ganhei dinheiro por isso, dá para dizer que fui cantora profissional? Eu acho que sim.

Minha história com a música: Tuanny Honesko

Saí da banda em setembro de 2016, quando tive uma oportunidade de passar três meses fora do Brasil, a trabalho.

E agora?

Minha história com a música: Tuanny Honesko

Agora eu sou a rainha do Karaokê e do Smule. Não consegui realizar meu sonho de vida de me tornar uma grande rockstar, mas me sinto uma grande rockstar aqui no Mundo da Música. Trabalhar com música, com áudio e com gente que ama tudo isso tanto quanto eu é mágico.

Continuo, porém, disponível para montar uma banda – de anos 90, de preferência, para eu poder cantar Britney Spears sem culpa. E o teclado da minha avó, que foi tocar no Céu, agora está na minha casa. Em homenagem a ela, ele não vai parar de musicar. Estou voltando a aprender.


Leia mais:

Receba nossas dicas e novidades em seu e-mail!

Nerau