Mas bah, tchê! Música nativista gaúcha!

Quem pensa que o Rio Grande do Sul vive apenas de chimarrão e churrasco está bem enganado. Gaúchos também fazem boa música e não é de hoje! Neste post, iremos falar sobre a música nativista gaúcha, os principais artistas do Sul e as canções que estão registradas no imaginário e no coração das pessoas. Vamos conferir?

Mas bah, tchê! Vamos falar sobre a boa música nativista gaúcha?

Primeiramente, a música tradicionalista é o retrato dos costumes do povo gaúcho, com letras que falam da terra, do chão, da paixão pelos cavalos, pelo chimarrão e, claro, pelo churrasco. 

O amor pelo terra onde nasceram foi e sempre será a inspiração de Teixeirinha, José Mendes, Gildo de Freitas, Leonardo, Wilson Paim, Luís Marenco, Cristiano Quevedo, Joca Martins, Porca Véia, Pirisca Greco e outros artistas que eternizam as canções pelo Rio Grande.

O estilo gauchesco de fazer som se assemelha com a música flamenca espanhola e portuguesa. Os belos arranjos, ritmo marcante, letras que emocionam e o Acordeon (gaita como conhecida na região)  sempre impecáveis fazem do cancioneiro gaúcho um patrimônio da história do estado. 

Os antigos nomes ainda vivem na memória

Teixeirinha, o Rei do Disco

Não tem outro jeito de iniciar esse capítulo sem citar o mestre Teixeirinha, que nos deixou em dezembro de 1985. O cantor, compositor, radialista e cineasta brasileiro foi um dos maiores nomes da música gaúcha aqui e no exterior.

Recordista em vendas de discos no Brasil, o chamado Rei do Disco deixou de presente pérolas como Tropeiro Velho, Querência Amada, Valsa das Flores, Gaúcho de Passo Fundo, e muitas outras.

José Mendes e seu Pá..ra Pedro

Outro que deixou saudades foi o intérprete desses versos: “Era um baile lá na serra na fazenda da Ramada. Foi por lá que um tal de Pedro se chegou de madrugada (…)”, já sabe quem é? Isso mesmo, José Mendes, sempre homenageado nos CTGs (Centro de Tradições gaúchas).

Não Aperta Aparício e A Morte não Marca Tempo também foram grandes sucessos do gaúcho, que ganhou um museu em sua homenagem. O Memorial José Mendes foi construído em forma de violão, na cidade de Esmeralda, interior do Rio Grande do Sul.

Gildo de Freitas, trovador de primeira

O grande amigo de Teixeirinha, o cantor, compositor e trovador Gildo de Freitas tem 17 álbuns gravados. Com o título de Rei dos Trovadores, o mestre deixou em nossos corações músicas como História dos Passarinhos, Baile do Chico Torto, Eu não sou Convencido e a inesquecível Lembrança do Passado.

Nessa última, Gildo fala das batalhas de trovas – grande paixão do artista, que diz assim: “Minha cordeona, sempre boa e afinada. Não é gaita pianada, é sanfoninha singela. Mas para mim, contém diversos valores. Porque muitos trovadores já surrei tocando nela”.

Porca Véia, duas vezes Disco de Ouro

A música nativista gaúcha não seria a mesma sem o irreverente Porca Véia e seu talento como cantor e instrumentista. Élio, seu nome de batismo, já marcou presença nas melhores casas de espetáculo do Brasil, como o Canecão do Rio de Janeiro e o Palace em São Paulo. O cara não só venceu dezenove de vinte concursos de gaiteiros que participou, como ganhou duas vezes o Disco de Ouro.

Élio também criou e dirigiu o grupo de baile fandangueiro Cordiona. Além disso, Porca recebeu vários títulos, como cidadão Honorário, comendador da Brigada Militar, Amigo da Brigada e Destaque Musical. Foram 21 CD´s e três DVD´s

Levando a tradição para outras gerações

Já matamos a saudade de alguns nomes importantes da música gaúcha, mas também precisamos falar dos artistas que fazem história em violas e acordeons na atualidade. São eles César Oliveira e Rogério Melo, Wilson Paim, Luís Marenco, Porca Véia e Joca Martins. Vamos falar sobre eles?

Da infância para os palcos

Amigos desde pequenos, César Oliveira e Rogério Melo foram criados juntos em São Gabriel (RS). Partilhando da paixão pela arte e pela cultura gaúcha, montaram a dupla em 2001 e fazem parte do seleto grupo de artistas do Sul que mais vendem discos no Brasil. Cantando o folclore e o amor pelo estado, reúnem pessoas de todas as cidades em seus shows e lotam bailes pelo interior.

O romântico e adorado Wilson Paim

Paim se consagrou somente no 13º álbum, em 1996, quando decidiu lançar um cd com músicas sobre o Natal. O projeto vendeu mais de 100 mil cópias em apenas 45 dias. Paim Foi o 7º músico gaúcho a receber Disco de Ouro. Quer conhecer o repertório desse mestre do cancioneiro gaúcho? Encontramos a playlist certa para você.

30 anos de música com Luiz Marenco

São quase 30 anos de carreira, 23 CDs e 2 DVDs. Alguém ainda tem dúvida de que Luiz Marenco é hoje um dos espetáculos nativistas mais requisitados do sul do Brasil? Com praticamente todas as músicas contemplando os costumes do povo gaúcho, o cantor eterniza sua voz em canções como De volta de uma tropeada, Milongão pra Assoviar Desencilhado, Quando o Verso vem pras Casa, Batendo Água, Enchendo os Olhos de Campos, e muito mais.

Joca Martins, o Domingueiro

Joca, como todo artista gaúcho, canta em suas músicas o amor pelo Rio Grande, pela terra e pelo povo do Sul. Neto de João Corrêa Martins, que tocava acordeom, violão e bandolim, teve o avô como inspiração para seguir a carreira musical. Estão no topo da lista das melhores de Joca: “Domingueiro“, “Estória de Laços”, “Se houver Cavalo Crioulo”, “Barulho de Campo”, dentre outras.

Tradição e paixão em acordes e som

A gama de artistas gaúchos é vasta, inegavelmente. Por isso, citamos apenas alguns. Mas, se você gosta de cultura e música boa, vale a pena conhecer mais sobre a tradição e a paixão que envolvem as letras dessas canções.

Campo, churrasco, cavalos, prendas são inspiração para a maioria desses cantores e instrumentistas. Não tem jeito, o nativismo é gênero consolidado, que sempre teve força, valorizando o estilo de vida antigo do povo do Sul.


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Nerau