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Otávio Ricardo Góes, 17/08/2020
Cabos e conectores ruins podem prejudicar um sistema de som extremamente bom e caro. Antes de qualquer coisa, vamos diferenciar fios de cabos:
- Fios: são formados apenas por um condutor metálico e costumam ser mais rígidos. Por possuírem apenas um condutor rígido, são pouco flexíveis e não devem ser dobrados demais, pois correm o risco de partir.
- Cabos: têm vários condutores flexíveis mais finos entrelaçados e, portanto, o cabo se torna mais flexível, suportando mais dobras e, com isso, um enrolamento facilitado.
Agora, precisamos entender mais sobre os tipos de conectores e tipos de cabos utilizados no áudio.
Principais tipos de cabos de áudio analógico
Existem os cabos balanceados e os cabos desbalanceados.
- Desbalanceados: possuem apenas dois condutores, o positivo (hot) e a malha de aterramento (Sleeve). Esse tipo de cabo costuma ser utilizado na conexão de guitarras, violões, teclados, etc., a seus respectivos direct boxes.
- Balanceados: possuem 3 condutores, o positivo (hot), o positivo invertido (cold) e a malha de aterramento (Sleeve). Esse tipo de cabo é menos suscetível a ruídos e deve ser utilizado na conexão entre direct boxes e consoles de áudio (mesas de som), e também deve ser utilizado na conexão dos microfones ao console e nas saídas da console para as caixas de som.
Principais tipos de conectores de áudio analógico
São basicamente divididos em balanceados e desbalanceados, sendo:
- Desbalanceados: são conectores que possuem apenas 2 condutores (positivo e terra). Exemplos: Conector TS (P10) desbalanceado, Conector RCA. Esse tipo de conector é utilizado junto com cabos desbalanceados, sendo suscetível a ruídos externos.
- Balanceados: são conectores que possuem três condutores (positivo, positivo invertido e terra) e devem ser utilizados com cabos balanceados para uma conexão efetiva. Exemplos: Conector XLR (Canon), Conector TRS (P10 balanceado).
Nos sistemas mais modernos e digitais, existem também outro tipos de cabos envolvidos nas conexões. É bem comum utilização de cabos UTP (Cabo de rede) e para envio e recebimento de sinal digital através de protocolos como Dante, AES-EBU, AES50, etc. Há também sistemas que utilizam fibra ótica para isto, principalmente em Redes Dante. Os cabos UTP utilizam conectores do tipo RJ45 para estas conexões.
Existem categorias para estes cabos UTP. As mais comuns são:
- Cat 5e: suportam conexões do tipo 100 Mbps e do tipo 1000Mbps (1 Gbps) e são bastante resistentes contra interferências. Devem ser utilizados com comprimento máximo de 100 METROS.
- Cat 6: podem ser utilizados em rede até 10 Gbps, no entanto, seu alcance, nessas condições, é de até 55 metros.
É imprescindível utilizar cabos e conectores de mesma categoria, a fim de usufruir do rendimento máximo da conexão.
Como minimizar problemas com cabos e conectores
O primeiro passo para minimizar problemas com cabos e conectores é utilizar o cabo correto juntamente com o conector correto e, claro, conectar no local correto.
É importante citar a respeito da soldagem dos conectores, pois uma soldagem adequada reduz drasticamente os problemas mais comuns. Portanto, costumo indicar que procure um profissional que saiba, de fato, soldar conectores – caso você não saiba fazer bem feito. Ou, então, compre cabos prontos de marcas boas.
Reforço que cabos e conectores não devem falhar no momento da apresentação.
Outro ponto de extrema importância é a manutenção preventiva dos cabos e conectores. É altamente recomendado fazer um check up completo nessa área a cada período de tempo (eu faço de 4 em 4 meses), a fim de encontrar possíveis conectores frouxos, enferrujados ou com zinabre, possíveis soldas rompidas, possíveis cabos partidos ou “mordidos”. Tudo isso que citei são potenciais causadores de falhas na conexão e de ruídos, maus contatos e, dependendo, inviabilizam a conexão.
Para minimizar problemas com cabos e conectores, sempre tenha cabos prontos sobrando para troca rápida e com tamanho sobrando.
Um ponto que considero como principal nesse tópico é: cuide bem dos seus cabos! Evite bater seus conectores desnecessariamente, pois pode ocorrer o afrouxamento dos terminais do conector e, também, o rompimento das soldas realizadas. Enrole de maneira adequada (deixando um arco não tão fechado), sem dobrar demais o cabo.
Algo indispensável quando o assunto é durabilidade de cabos e conectores é a umidade. Deixe seus cabos e conectores longe de qualquer fonte e umidade, visto que isso gera ferrugem e zinabre nas conexões.
Assim como os cabos e conectores precisam de manutenção preventiva, o mesmo acontece com os multicabos (medusas). Eles são o entroncamento principal de um sistema de áudio, pois são eles que interligam todos os equipamentos. E não podem falhar!
A proteção contra interferência
Os cabos de áudio possuem proteção contra ruídos de radiofrequência e de interferência eletromagnética.
Estas proteções variam de cada modelo de cabo e de cada marca, não havendo um exato padrão a todos. No entanto, há alguns tipos de proteção mais comuns nos cabos de qualidade melhor, como a malha entrelaçada (Shield) e a malha metálica.
A malha entrelaçada está presente em praticamente todos os cabos de áudio de nível de microfone e linha, e é soldada ao pino 1 do conector XLR ou à haste dos conectores TS e TRS. Tem como função proteger o cabo de interferências por rádio frequência e/ou por campo eletromagnético.
Em alguns cabos de melhor qualidade, existe também uma película metálica que envolve cada condutor do cabo, e serve como uma blindagem contra interferências. Esta, somada à malha entrelaçada, resulta em uma proteção muito efetiva contra ruídos!
Finalizando mais um artigo, como de costume, compartilho uma passagem bíblica para nos inspirar neste tempo:
“Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.” – Romanos 5:3-5
