Especificações de mesas de som: o que é input?

O que é input? É a entrada… Ok, vamos entrar em alguns detalhes.

Nas mesas de som (ou, mais tecnicamente, consoles de áudio), Input é toda e qualquer forma de entrada de sinais de áudio no equipamento. Trabalhamos sempre com dois “tamanhos” de sinais de áudio quanto se trata de entradas em consoles:

  1. Sinal de Microfone (Mic), gerado por cápsulas de microfones ou captadores de instrumentos;
  2. Sinal de Linha (Line), que é maior que o do microfone e vem de equipamentos que já processaram o sinal de áudio, como um player de música, compressores, processadores de efeitos, equalizadores, pré-amplificadores, entre outros.

Os conectores

Consoles bem simples e de poucos canais, por vezes, só apresentam conectores do tipo TRS (o que o mercado chama de P10). Ao adquirirmos um console de um porte um pouco maior, teremos conectores do tipo XLR (o que um dia foi chamado de “Canon” por alguns). Ambos conectores estão preparados para receber qualquer tipo de sinal entre Mic e Line.

Em alguns casos, ainda encontramos conectores do tipo RCA, mas isso tem se tornado cada vez mais raro devido à impossibilidade de trafegar um sinal balanceado. Isso será assunto para outro post. Aguarde. 😉

Input no console analógico

É simples. Cada canal do console possui uma entrada correspondente. Pode ser uma entrada de microfone (o sinal de Mic, no caso) e estar em canais que contêm um pré-amplificador que é responsável por elevar o sinal de microfone até um sinal de linha (line). Também, pode já ser uma entrada de linha que está “pronta para o uso” sem a necessidade de pré-amplificação.

A maioria dessas entradas é de canais mono, isto é, processam um único sinal de áudio – por exemplo, o microfone de um cantor. Porém, também existem (em alguns consoles) os canais estéreos que recebem um par de sinais relativamente diferentes à direita e à esquerda do sistema – por exemplo, um teclado ligado pelas saídas Left (L) e Right (R).

Assim, soma desses inputs costuma ser o total de canais contidos na mesa que é divulgado pela marca. Eles costumam poder ser processados com todas as ferramentas contidas no console.

Entretanto, podemos encontrar outros tipos de entradas que variam em cada marca e modelo de consoles analógicos do mercado. Podem ser: Auxiliar Return ou Auxiliar In, Rec In, 2 Track In, e tudo o que precede o termo In, de Input. Estes, normalmente, são “canais de entrada” – atenção para as aspas – que, de alguma forma, estão ligados à saída master do console. As aspas são explicadas porque eles não são contabilizados como canais de entrada, já que, raramente, podemos atualizá-lo ou fazer qualquer outro processo além de enviá-lo direto para a saída master da mesa de som. 

Input no console digital

Ocorre o mesmo processo que no console analógico, mas com uma ressalva: no console digital, temos o Patch, esse é responsável por vincular uma entrada a um canal. Na maioria das mesas digitais atuais, e entrada UM é desvinculada do canal UM da mesa. Isso dá a possibilidade de manipular as entradas na ordem que você queira, bem como, por exemplo, reproduzir uma única entrada em mais de um canal. Para quê isso, Carlos? Sei lá! “Quero ter duas equalizações para um instrumento previamente acertadas e ficar com isso ao alcance das mãos para fazer uma transição com agilidade em uma parte da música”. Não fique nervoso! É só um exemplo…

Os consoles digitais compactos em tamanho, às vezes têm a capacidade de processar mais canais do que a sua quantidade de entradas. Quando isso acontece, temos o processo de expansão de canais. Normalmente, são feitos por equipamentos que chamamos de Stagebox. Eles são externos à mesa e costumam ser conectados por um cabo de rede, podendo, também, ficar em longas distâncias do console. Exemplo: Console na house mix, Stagebox no palco ou altar.

Esses dois equipamentos, Console e Stagebox, utilizam de protocolos (linguagens) criados pela indústria do áudio para que um possa entender o que o outro fala. Os mais comuns no momento são: DANTE, MADI e AES50. Cada um deles possui características próprias para a transmissão do sinal digital de uma ponta a outra do sistema. Em outra oportunidade, falaremos mais sobre eles.

Vemos como uma tendência de mercado, principalmente nos consoles digitais de porte maior, que as saídas físicas (tanto no próprio console, quanto no Stagebox) não recebam nomes específicos. Costumam ser chamadas de IN as entradas de microfone e linha e de OMNI OUT as saídas de linha dos equipamentos. Certamente, os nomes específicos perderam a sua função no momento em que o operador do sistema pode atribuir o que achar conveniente a cada entrada e saída. Isso aumenta muito as possibilidades de uso.

Então, o título é simples, mas o resultado de um belo papo sobre ele pode durar um bom tempo, ou umas boas páginas no caso deste blog. Fique de olho! Em breve, teremos muito mais sobre cada detalhe do console, aqui no Mundo da Música.


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Nerau