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Matheus Medeiros, 07/10/2020
Na última terça-feira, 06 de outubro, o mundo da música ficou de luto. Faleceu nos Estados Unidos o lendário guitarrista Eddie Van Halen, fundador do Van Halen junto ao seu irmão Alex. Era um dos maiores músicos do século XX.
Aos 65 anos, Eddie sofria de um câncer na garganta e não resistiu. Embora a grande tristeza pela perda dos fãs de rock e música em geral, o guitarrista, eleito o melhor de todos os tempos pela conceituada revista Guitar World e o 8º pela edição americana da Revista Rolling Stone, deixa um legado tão extenso que é impossível cogitar não colocá-lo na categoria de gênio absoluto.
A história de Eddie Van Halen
Dois anos mais novo que o irmão Alex, e tendo ambos nascidos na Holanda – posteriormente a família se mudou para os EUA e ambos se naturalizaram estadunidenses – a paixão da família pela música sempre foi evidente.
O nome completo de Eddie é Edward Lodewijk Van Halen, sendo Lodewijk a versão holandesa para Ludwig, e dado a Eddie pelo pai em homenagem ao compositor clássico Ludwig van Beethoven. Décadas mais tarde, Eddie continuaria a tradição e batizaria seu próprio filho em homenagem ao compositor clássico Wolfgang Amadeus Mozart.
Foi nos Estados Unidos, porém, que Eddie e Alex explodiram musicalmente. Ainda crianças quando se mudaram, começaram com lições de piano.
Curiosamente, mais tarde, Eddie se interessou pela bateria, mas, como o irmão Alex parecia levar muito mais jeito para a coisa, partiu para a guitarra. A partir daí o mundo do rock nunca mais foi o mesmo.
Eddie e Alex tiveram bandas desde os anos 60. Porém, em 1974, quando se juntaram ao baixista Michael Anthony e ao vocalista David Lee Roth, foi que a coisa engrenou de vez.
A descoberta de novas técnicas
Tocando uma espécie de rock de garagem com guitarra extremamente virtuosa e rápida, a banda chamava não só atenção pela energia dos seus shows. A técnica de Eddie de tocar batendo nas cordas da guitarra com as duas mãos simultaneamente e de maneira extremamente rápida, criou melodias e harmonias extremamente complexas. É o “tapping”, técnica que já havia sido utilizada por outros guitarristas nos século XX. Todavia, foi levada ao extremo e aperfeiçoada por Van Halen, como se a tivesse reinventado. Até hoje, é uma das suas marcas registradas.
Depois de terem feito turnês pelos mais importantes bares dos EUA e construído uma base fiel de fãs, eles começaram a chamar a atenção de peixes-grandes. A banda teve uma demo financiada, em 1976, por ninguém menos que Gene Simmons, baixista e líder do Kiss, que ficou impressionado, principalmente, pelo virtuosismo de Eddie. Em 1978 eles lançaram o primeiro disco, “Van Halen”, produzido por Ted Templeman. Guarde esse nome.
O Van Halen
No primeiro disco, ainda à procura da sua identidade própria, a música que mais fez sucesso foi um cover bem mais hard rock para “You Really Got Me” do The Kinks. Nessa fase, Eddie ainda tentava mesclar o som do blues ao rock mais pesado que nascia na época, nos moldes do Led Zeppelin.
Gradativamente, o material e a identidade do Van Halen foram se formando, sempre sucessos comerciais. Eles resultaram no disco que é considerado a obra-prima da banda, que já era uma das maiores do planeta: “1984”. É nesse disco que estão clássicos inesquecíveis como “Hot for Teacher”, “Panama” e, talvez, a mais conhecida música da banda, “Jump”.
Um pouco antes disso, em 1982, Ted Templeman – lembra que pedimos para você se lembrar desse nome? – compôs uma música com ninguém mais, ninguém menos, que o maior artista do mundo na época: Michael Jackson. Templeman sugeriu que Eddie gravasse as guitarras da faixa. Ele topou e deu origem ao hino “Beat It”, do álbum Thriller, o mais vendido de todos os tempos. Nesse sentido, Eddie foi um dos primeiros a romper a barreira imaginária entre pop e rock e mostrar que tudo aquilo era música.
Pelo Brasil, a banda passou uma vez só, em 1983, e estava cotada para uma volta em breve, o que infelizmente não mais poderá ocorrer. Mesmo tocando para estádios lotados em turnês suntuosas, quem teve a sorte de ver a banda ao vivo garante que a energia daquele grupo que começou em bares continuou a mesma. Muito graças a Eddie, seu eterno líder.
Uma lenda do rock
A nós, resta aproveitar o legado deixado por esse monstro absoluto da música e que, com certeza, fará uma falta imensa. Eddie, porém, deixou a terra direto para o Olimpo dos grandes.
Em conclusão, e em memória a Eddie Van Halen, deixamos uma foto do seu set de pedais. É de 2012 está junto a um desenho esquematizado (em inglês) para aqueles que quiserem se inspirar.
