10 artistas influentes da música negra

A música negra é maior do que muitos pensam. A maioria dos ritmos e músicas que escutamos hoje em dia tem forte influência africana, e muitos não sabem sobre o quanto essa rica cultura agregou em diversos países. O jazz, o blues, o soul, o rock and roll, o hip hop, o rap, o R&B: todos esses queridos ritmos. A música africana foi utilizada como forma de expressar certos desejos e necessidades ignorados por questões raciais.

Em sua diversidade de ritmos e de instrumentos utilizados, as músicas marcavam o tempo de trabalho coletivo e funcionava como um modo de passar todo o conhecimento para outras gerações. No entanto, no mês da Consciência Negra, devemos lembrar que a musicalidade do continente africano também é sobre movimentos de resistência e luta.

Esta lista está longe de ser em ordem de preferência. Todos os artistas citados merecem os seus devidos reconhecimentos por toda contribuição para a música negra. Confira!

1. Elza Soares

Quando se fala de música negra brasileira, é impossível deixar Elza Soares de fora. Nasceu no ano de 1937, na cidade do Rio de Janeiro. Foi mãe aos 14 anos, sofreu violência doméstica e ataques racistas — não é à toa que a cantora se intitula como “fênix”. Em entrevista para o Alma Preta, Elza comenta: “Hoje eu acho mais fácil. A ideia da mulher, do negro, o ser humano, ele hoje tem mais liberdade para falar. O negro pode falar, ser o que ele sente”. No entanto, se houve essa mudança no mundo, ela é uma das principais causas. Com sucessos como “O Tempo Não Para” e “Canta, Canta Minha Gente”, Elza é exemplo para muitas gerações.

2. Gilberto Gil

Outro grande nome da música brasileira e da música negra é Gilberto Gil. Nascido nos anos 40, o soteropolitano, que desde pequeno já sonhava em ser cantor, com certeza alcançou os seus sonhos. Gil faz questão de trabalhar pautas que se relacionem com as raízes africanas, algo que podemos notar em suas músicas “Sarará Miolo”, “Ilê Aye” e “A Mão da Limpeza”. Ex-ministro da cultura, Gil esteve próximo aos setores sociais que mais precisaram de desenvolvimento e defendeu políticas voltadas à diversidade cultural. 

3. Tim Maia

Figura inigualável, as letras inesquecíveis de Tim Maia marcaram o início da soul music brasileira. Tim trouxe um diferencial para o cenário nacional, depois de trazer também a sua bagagem cultural após morar por mais de 10 anos nos Estados Unidos. O cantor nascido na Tijuca, Rio de Janeiro, construiu um novo espaço para a música negra no Brasil, que sempre foi comumente relacionada ao samba. Seus sucessos “Azul Da Cor Do Mar”, “Do Leme Ao Pontal”, “Vale Tudo” e mais incontável hits, Tim mudou a música brasileira.

4. Iza

Iza é um dos principais ícones do pop brasileiro atual que é ligada às causas das lutas raciais. A artista busca lutar por respeito e pela igualdade em todos os passos que dá em sua carreira. No Domingão do Faustão, a artista falou um pouco sobre representatividade: “Eu, quando era criança, queria muito me ver na TV e, hoje, eu vejo muito mais de mim nos lugares. E isso é importante, assim, isso é a história da representatividade. A gente precisa se ver nos lugares pra saber que a gente pode estar onde quiser estar, e isso está mudando”. Em suas músicas, relata a sua história de superação e a força da mulher negra.

5. Emicida

Emicida pode ser um dos cantores mais jovens dessa lista, mas sua participação na luta antirracista já acontece há tempos. O músico, nascido em São Paulo e considerado uma das maiores revelações do hip hop no Brasil na década de 2000, é extremamente engajado nas pautas raciais e na cultura afro-brasileira. Não é difícil encontrar alguma fala, alguma entrevista ou alguma letra de Emicida que fale diretamente sobre o assunto. Um exemplo é o vídeo da música “Boa Esperança”, que retrata a luta racial e de classe.

6. Stevie Wonder

Nascido nos anos 50, Stevie Wonder representa muito bem a cultura africana nos Estados Unidos. Além de compor diversas músicas que fizeram parte da vida de muitas pessoas ao redor do mundo, Wonder está envolvido em assuntos políticos. Ele é um ativista de direitos civis que apoiou o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na sua campanha política. Após um caso de racismo, Stevie decidiu não tocar mais na Flórida e em lugares que tenham a legítima defesa similares às que possibilitaram a absolvição do ex-guarda comunitário George Zimmerman pelo assassinato do adolescente negro Trayvon Martin, ocorrido no ano passado.

7. Prince

Em sua autobiografia que nunca foi terminada, Prince dividiu que tinha o sonho de acabar com o racismo do mundo e acreditava que seu livro poderia ajudar nessa luta. Conhecido pelo seu principal single “Purple Rain”, que mais tarde foi transformado em filme, o cantor, compositor, ator, produtor, filantrópico e dançarino estadunidense, lançou 39 álbuns que misturavam diversos ritmos. Com seu visual marcante e personalidade inconfundível, é considerado o maior ícone da música de todos os tempos.

8. Aretha Franklin

A cantora nascida no Tennessee, Estados Unidos, foi um ícone da música mundial. Ela foi considerada a maior cantora de todas os tempos pela revista Rolling Stones, e também foi eleita a nona maior artista da música de todos os tempos. Aretha transformou uma música sexista em um hino feminista: mudou as letras de “Respect”, de Otis Redding, adicionando alguns trechos que não existiam na música original. Além disso, dedicou a sua vida à luta pelo direito das mulheres e da população negra nos estados unidos. 

9. Beyoncé

Sem dúvidas, Beyoncé é um nome que vem a nossa mente quando pensamos em artistas da atualidade que lutam pela causa racial. A cantora, recentemente, escreveu, produziu e dirigiu um filme chamado “Black Is King” para a Disney. Em todas as suas obras, Beyoncé trabalha com referências culturais e busca de identidade. Com sua inovação e criatividade, ela consegue trazer o olhar de todo um país para causas que luta e acredita. Nas locações das gravações dos seus vídeos, nos elementos visuais e simbólicos. 

10. Jay-Z

Marido da Beyoncé, Jay-Z acompanha a sua esposa e não fica de fora do cenário da cultura afro-americana. Ao lado da cantora, já protagonizou diversos movimentos importantes nos movimentos raciais nos Estados Unidos, que impactam o mundo. Dono dos hits “Empire State Of Mind” e “Numb”, o cantor norte-americano é um dos artistas de hip hop mais bem sucedidos empresarialmente e financeiramente nos Estados Unidos.


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Nerau