Se você precisa comprar interfaces de áudio, carinhosamente chamadas de placas de som, creio que este guia levará você à melhor compra. Lembramos sempre que comprar bem é fazer o melhor uso de cada centavo investido.

O Mundo da Música quer ajudar você nessa tarefa para que você escolha o produto ideal para sua necessidade, investindo em algo que realmente irá usar da melhor forma.

Primeiramente, livres de marcas e modelos, vamos entender tudo o que é trabalho da nossa querida interface de áudio. Também, vamos passear pelos parâmetros que a fazem variar tanto de preço e discutir o seu uso. Acompanhe!

O que uma interface de áudio faz?

A função da interface de áudio é receber um sinal analógico de um microfone ou de um instrumento musical e convertê-lo em linguagem binária (“zeros e uns”) para que seu computador possa entendê-lo. Muitas vezes, o sinal que chega em sua interface é pequeno demais para que o conversor consiga fazer o seu trabalho, então, ele passa por um processo de amplificação. No caso, pré-amplificação.

Dependendo do seu microfone, caso seja um microfone condensador de cápsula grande, ele possivelmente vai precisar de alimentação do tipo Phantom Power. Sua placa também poderá fornecer essa funcionalidade, de acordo com o seu modelo.

Interfaces de áudio: Conversão Analógico-Digital
Conversão Analógico-Digital

Há interfaces de áudio bem simples que não dão possibilidade de colocar um microfone de forma direta, pois elas esperam em suas entradas um sinal de maior intensidade, chamado de sinal de linha. Essas interfaces costumam ser mais baratas por não terem pré-amplificadores, somente conversores. Elas servem nos casos em que você já tem um pequeno console de áudio (mesa de som) que faz o trabalho de transformação de um pequeno sinal de microfone em um sinal maior, mandando diretamente uma entrada de linha para a interface de áudio.

O pré-amplificador

O pré-amplificador nas interfaces mais encontradas no mercado talvez seja o maior responsável pela “sonoridade” do produto. Mesmo que o microfone escolhido faça mais diferença, não podemos desconsiderar a influência desse processo na qualidade geral da captação.

Um dos parâmetros mais significativos é a relação ao sinal/ruído, que pode ser interpretado como quantos decibéis podemos usar, do máximo suportado até o ruído de fundo (intrínseco de todos equipamentos).

O ganho (gain, trim), que será o ajuste da intensidade de “amplificação” do sinal de áudio, poderá vir acompanhado de chaves para atenuação (att, pad). Essa função será importante de estiver captando um instrumento e/ou microfone com sinal muito forte. Ela atenua o sinal logo na entrada e dará um controle mais eficaz por meio do potenciômetro do ganho.

Os conversores AD/DA

Estes são os principais responsáveis pela existência desses equipamentos. Como não conseguimos (ainda) transformar uma voz em “zero e uns” de forma direta, e nem estamos mais dispostos a manipulá-los em dezenas de circuitos eletrônicos analógicos para gravá-los em uma fita magnética (os estúdios de antigamente), precisaremos passar por esse processo de conversores.

A qualidade desses conversores está diretamente ligada a dois parâmetros muito importantes que devemos conhecer minimamente para entender as diferenças entre as interfaces de “maior qualidade” e as de “menor qualidade”. As aspas não são à toa. É sabido que a qualidade não está somente vinculada a esse processo. Falamos acima do pré-amplificador. Mas, agora, apresento o bit e o sample rate.

Bits e Sample Rate

O bit

Ao nos depararmos com um sinal analógico, um desenho bonitinho com o zoom no máximo em que podemos enxergar a forma da “onda sonora”, consideramos o eixo vertical como o eixo dos bits.

Ele tem relação direta com a intensidade do sinal de áudio. Tão direta, que podemos afirmar que cada bit equivale a um espaço de 6 dBs. Portanto, como exemplo, um CD (Compact Disk) tem 16 bits. Isso nos resulta em 96 dbs entre seu sinal máximo e mínimo, normalmente o ruído de fundo do restante do sistema.

Nosso ouvido tem uma capacidade de percepção de aproximadamente 120 dBs. Os atuais 24 bits das nossas interfaces possibilitam 144 dBs de dinâmica. Talvez, por isso o mercado tenha estacionado nesta marca. De que adiantaria ter uma conversão muito acima de nossa percepção? 

O sample rate

Se o bit é o eixo vertical, eis o eixo horizontal. O sample rate é uma unidade de informação de posição, um ponto em cima da curva analógica de áudio que pode ser projetada no eixo dos bits. Essa relação forma o que chamamos de palavra digital (sequências de bits relacionadas àquele ponto).

Voltando ao CD, o formato contém por padrão um sample rate de 44.1 KHz. Isso significa que teremos 44.100 pontos a serem traçados em cima da curva em um espaço de um segundo. Agora, podemos imaginar quantos zeros e uns compõem um segundo de música em um CD. Sim, muitos.

O protocolo

Podemos considerar o protocolo como nossa língua. Se você fala português, a transferência de informação só estará completa caso o interlocutor fale o mesmo português. Podemos usar isso para entender o que o protocolo faz. O mais comum deles é o USB.

Nesse caso específico, até a informação de protocolo se funde (ou confunde) com a informação de conector. Às vezes, conhecemos de longe o protocolo de transmissão somente por visualizar o formato do conector utilizado na interface.

Mas nem só de USBs vivem nossas interfaces de áudio. Podemos encontrar interfaces Firewire e Thunderbolt também com seus conectores específicos. Em alguns sistemas, que podem ser encontrados até no áudio ao vivo, encontramos protocolos que usam o “conector de rede” (RJ45) com os protocolos MADI, DANTE, AES50, entre outros.

A monitoração

É comum que as interfaces de áudio contenham vários canais de entrada, mas somente dois canais de saída. Eles são usados para conectar seus monitores de referência para ouvir o resultado do seu trabalho.

Normalmente, existe também uma saída específica para fone com amplificação e impedância de saída para esse dispositivo. Ela pode atuar em conjunto com uma chave de monitoração direta, que manda o sinal de entrada diretamente para sua saída sem precisar passar pela conversão de entrada e saída da placa, e de nenhum processamento de sua DAW (Digital Audio Workstation).

Monitorar por caixas acústicas de referência e por fones pode gerar diferenças em suas percepções e, com isso, no resultado de sua mix e master final. Portanto, entenda das diferenças de timbres e imagem estéreo entre os dois sistemas para fazer o melhor julgamento das duas ações. Uma boa dica é ouvir músicas bem produzidas do estilo musical que está gravando, para servirem como referências para o seu trabalho.

De quantos canais preciso?

Quer gravar bateria acústica ou fazer uma gravação estilo live (todo mundo tocando ao mesmo tempo como em um ensaio)? 

  • Sim? Então, sua interface deverá conter a soma de todos os inputs como número de canais de entrada.
  • Não? No seu home studio mal cabe você? Dois canais podem ser mais do que suficientes para quem usa over dub, que é a gravação pista a pista de seu trabalho. Desta forma, fazemos o uso de samplers, loops de bateria e instrumentos virtuais de todos os formatos para complementar o que foi gravado de forma separada pela sua interface.

Microfones USB (interface integrada)

Se você quer montar um home studio para locução, produzir vídeos (além de gravação de áudio), podcasts e afins, a forma mais barata (e mais limitada) é comprar um microfone USB. Nele, você unirá um microfone que, provavelmente, será um condensador com uma simples interface de áudio de um canal – o do próprio microfone, é claro.

Isso praticamente resolve os principais fatores de baixa qualidade no áudio, que seriam um microfone ruim, uma pré-amplificação mal feita e uma conversão inadequada. Entretanto, não espere milagres deste pacotinho de facilidades, pois, certamente, não será o melhor microfone, pré e placa.

Consoles de áudio com USB (interface integrada)

Caso você goste de ter alguns controles mais à mão ou, até mesmo, gostaria de usar o equipamento de home studio em eventos ao vivo, talvez essa seja uma boa opção.

Muitas consoles de áudio analógicas estão recebendo um saída USB para mandar um par de canais ao seu computador (normalmente, uma cópia da saída L e R). Isso faz de sua console também uma interface (2in/2out). Existem alguns modelos mais sofisticados que permitem gravação multipista (ex: 16in/16out).Ou seja, cada canal contido na mesa poder ir separadamente para o seu software de gravação preferido, bem como, ao monitorar, são jogados novamente na entradas dos respectivos canais.

Console analógico com USB integrada
Console analógico com USB integrada

E, claro, há uma infinidade de possibilidades dos consoles digitais que, além do serviço descrito acima, podem até servir como superfície de controle do seu software, dependo do modelo do console e o software utilizado. Bacana, não é?

Outras aplicações das interfaces de áudio

O uso de interfaces de áudio não fica somente restrito aos estúdios e home studios. Elas podem ser usadas em outras funções por outros tipos de profissionais. Dentre elas destacamos:

  • Processamentos de áudio in box: no uso em sistemas analógicos ao vivo, pode ser uma boa opção processar o áudio com as ferramentas digitais de seus softwares. O número de canais processáveis vai ficar limitado à formação de pares entrada/saída de sua interface.
  • Análise de espectro de frequências: os técnicos e operadores de som ao vivo podem usar a interface em parceria com um microfone calibrado de referência (um microfone de uso específico para medições acústicas), para fazer leitura de resposta de frequência de caixas acústicas de forma individual, conjunto de caixas acústicas, bem como os ambientes em que elas estão instaladas. Essas leituras são feitas por softwares específicos como: Smaart Live, REW, RiTA, entre outros.

Conclusão

A boa escolha de sua interface de áudio poderá trazer muitas alegrias no momento do serviço realizado.

Marcas e modelos dentro de uma faixa de preço ficarão ao seu critério e farão menos diferença do que você imagina quando o problema mais importante for resolvido: essa placa atende à sua necessidade?

Mesmo assim, fique atento(a) às marcas e produtos mais presentes no mercado para verificar sua aceitação e amparo de assistência técnica, caso (tomara que nunca) seja necessário.

Também convidamos você a acessar a Check List de Equipamentos para Home Studio, ficando por dentro dos demais itens que você precisará para montar o home studio dos seus sonhos.

Escolha a Interface mais adequada para você

Se você já conhece alguns modelos de interfaces de áudio do mercado, abaixo preparamos uma lista de equipamentos separados em diferentes tipos de vitrines. Clicando no botão, você acessa nosso site e verá preços e condições, produtos oficiais com garantia.

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