Afinal de contas, o que é Home Studio?

Chegou a hora de falarmos sobre home studio, mas, antes disso, que tal um pouquinho de história?

Uma das principais consequências do mundo globalizado é o uso cada vez mais comum de estrangeirismos em todas as línguas, sobretudos, termos em inglês, seja pela importância econômica dos EUA, seja pelo seu apelo cultural, seja nas artes plásticas, música e outros campos semelhantes, tendo, talvez, como principal símbolo a multimilionária indústria cinematográfica e seu centro, Hollywood, na cidade de Los Angeles, na Califórnia.

Com a internet e a criação de “aldeias globais” cada vez mais comuns, termos como feedback, job e até criações próprias que não são usados pelos nativos, como Home Office – um termo 100% brasileiro – são cada vez mais comuns na nossa sociedade.

Dessa maneira, Home Studio foi, também, um desses termos estrangeiros adotados e usados em larga escala em vários idiomas, incluindo aí a nossa versão do português.

Home, significa casa/moradia/lar e Studio, significa a mesmíssima coisa que o nosso estúdio, comum. Da forma mais superficial possível, então, podemos concluir que um Home Studio nada mais é que um estúdio em casa.

Como surgiu o home studio?

A tradição de gravar música caseiramente não é nova. Desde o começo da indústria musical, artistas costumavam gravar suas famosas demos em gravadores caseiros. Pense que, nessa época, até o opulento Estúdio de Abbey Road em Londres, famoso pelas gravações dos Beatles, possuía apenas a possibilidade de gravar quatro faixas distintas. O gravador de 8 faixas usado em algumas músicas do Álbum Branco era um avanço imenso.

A partir daí, como de costume, a tecnologia começou a evoluir de forma exponencial. Porém, nem por isso a tradição de gravar demos em fitas caseiras desapareceu. 

Um curioso caso é o do disco Nebraska, de Bruce Springsteen, lançado em 1974. Com as demos gravadas apenas em voz e violão, Springsteen enviou as canções para a sua lendária banda de apoio – a E Street Band. Os arranjos, entretanto, não agradaram e Springsteen acabou convencendo a gravadora a lançar o álbum exatamente com as músicas registradas no seu gravador caseiro de 4 faixas.

Porém, com o surgimento do punk e, posteriormente, do rock alternativo e grunge, “soar mal” foi uma tendência que começou a ganhar corpo e ser usada nas versões finais lançadas por algumas bandas em começo de carreira. A produção do Nevermind do Nirvana, por exemplo, é cristalina e perfeita. Entretanto, seu disco anterior, Bleach, e o posterior álbum de inéditas, In Utero, foram tentativas da banda de soar o mais sujo possível.

Foi na década de 90, também, que a música eletrônica começou a sair do underground. Ganhou o mainstream, utilizando-se cada vez mais das novas tecnologias que surgiam a cada dia.

Todavia, foi na virada da década de 90 para os anos 2000 que a produção caseira começou realmente a se tornar o padrão. Ao menos para bandas em começo de carreira.

A tecnologia a favor da música

Com os avanços da computação e o aumento da demanda por parte de amantes da música do mundo tudo, os equipamentos foram ficando cada mais acessíveis. Assim, ganharam versões feitas especialmente para gravações no conforto do lar.  

O barateamento dos custos de equipamentos de gravação acompanhou os avanços da tecnologia e computadores ganharam novas categorias de programas populares chamadas Digital Audio Workstations – ou DAWs, para os íntimos.

Daquela época até hoje, cada músico tem suas preferências, e cada DAW tem pontos fortes e fracos. Se o termo pode parecer estranho a princípio, com certeza você já ouviu falar de programas como Pro Tools, Ableton Live, Logic Pro, Cubase, Reaper ou FL Studio. Todos eles podem ser adquiridos por você agora.

As DAW foram importantes por facilitar, organizar, digitalizar e encerrar limites em relação às produções músicais. Se na época dos Beatles o padrão era de 4 canais, hoje o número de canais que você pode usar é virtualmente infinito. Isso depende dos limites de processamento do seu computador, e está a um clique do seu mouse.

Por meio de placas de som externas, o preço acessível de mesas de som e caixas de monitoração, assim como fones de ouvido para a função de monitoração, as opções são imensas.

Pesquise antes de comprar

Por fim, é importante salientar que nesse caso, pesquisa e estudo são tudo. É preciso que você adquira os equipamentos e possua o ambiente adaptado ao tipo de som que você quer produzir.

Se você prefere um som mais orgânico, não hesite em pesquisar textos ou ver vídeos sobre como ligar seus instrumentos para gravá-los na DAW de sua escolha.

Se você tem predisposição a sons mais sintéticos, use e abuse das bibliotecas e pacotes de sons suportados pelas DAWs. Muitas vezes, eles são disponibilizados de forma gratuita na internet.

Sobretudo, aprenda bem a utilizar a DAW de sua preferência, seja ela qual for. Essa é a chave para o controle de toda a sua produção musical a partir do momento em que você decidiu montar um home studio.


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Nerau