Dizem que o mundo do áudio profissional é cenário somente de talentos masculinos. Para provar que isso não é verdade, o Mundo da Música selecionou figuras femininas incríveis para um evento chamado Semana da Mulher na Música

Abrindo a primeira das cinco lives, convidamos Lilla Stipp e Roberta Siviero para bater um papo sobre as mulheres no áudio profissional e, claro, conversar sobre o assunto que a gente mais gosta: música!

Lilla: influência da família e paixão pelo ao vivo

A Lilla Stipp, que tem mais de 16 anos de atuação na área de técnica e áudio, conta que foi influenciada por pessoas apaixonadas por música durante a infância, inclusive pelo irmão que tinha banda. 

“Venho de uma família super envolvida com isso, tentei fugir e não consegui. Gostava muito do audiovisual e sempre pensei que trabalharia com cinema, mas conheci o ao vivo e me apaixonei”, diz.

A artista já trabalhou com Liniker e os Caramelows, bloco Pagu, participou do Festival Internacional de Música Estranha, estúdio Classic Master, entre outros. Com a pandemia, Lilla descobriu uma nova paixão: o áudio para games.

Roberta: criatividade da mãe foi inspiração

Diferente de Lila, Roberta Siviero não teve músicos na família, mas a mãe foi uma grande influenciadora artística. 

“Fomos estimulados com arte, poesia e muita música. Além disso, minha época de infância foi nos anos 80, com Balão Mágico e outros artistas que mexiam com o imaginário das crianças”, conta.

Roberta é técnica de som, diretora técnica e tem 20 anos de experiência. Com passagens pela televisão, teatro, produção e ao vivo, ela já fez trabalhos para Johnny Hooker, Gaby Amarantos, Banda Uó e atuou em eventos como Lollapalooza e os Jogos Olímpicos de 2016.

Como se preparar para a profissão?

A dupla respondeu essa pergunta em um só tom: é preciso educação. “Sentimos falta de uma graduação para formar profissionais do áudio. Temos algumas, mas são poucas. O ideal seria uma faculdade que mostrasse o caminho, que desse noções de começo, meio e fim”, diz Lilla. 

Dentre os cursos disponíveis no mercado, as meninas citaram Fatec Tatui, Iatec, IGAP, entre outros. Porém, elas foram categóricas quanto ao modelo de aprendizagem. “O curso é uma base, pois você vai se direcionando para o caminho que quiser trilhar, vai se especializando na área que mais gosta e buscando conhecimento ao longo do percurso”, aconselhou Roberta.

Para Lilla, estudo e dedicação são fundamentais. “É uma área artística e tecnológica, então, você precisa estar sempre atualizado. Hoje, você liga duas mesas com cabos de rede, está muito mais aprimorado, tem que entender como funciona. Infelizmente, técnicos antigos estão se aposentando porque não adaptaram às mesas digitais”, acrescenta.

União e coragem para enfrentar o preconceito

Lilla e Roberta se conheceram em um curso e logo se aproximaram para combater o preconceito na profissão. “A gente vive situações complicadas no meio, por isso, quando vi a Roberta, já nos conectamos e começamos a compartilhar trabalho, conhecimento e apoio”, explica Lilla.

A dupla criou o grupo Mulheres do Áudio, montado para conectar mais talentos femininos da área. “Nosso coletivo tem mulheres de diversos setores: estúdio, ao vivo, audiovisual, edição, produção, etc. Todas em busca de conhecimento, experiência e espaço para trabalhar”, complementa Roberta.

Lilla e Roberta já ultrapassaram as dificuldades e o preconceito na longa caminhada que traçaram até aqui, mas sabem que o grupo ajuda quem ainda está começando. “Iniciou com um coletivo de estudo, mas virou um grupo de fortalecimento”, diz Lilla.

Lives com mulheres do áudio durante a quarentena

Transformar desafio em oportunidade foi o que o coletivo fez ao escutar em uma apresentação online que mulheres não eram capacitadas para ocupar o mercado do áudio. “A partir disso, decidimos fazer lives toda a semana para mostrar que temos talentos femininos em todas as áreas”, explicou Lilla. 

A cada semana eram quatro convidadas, duas mediadoras e muitas outras mulheres querendo espaço para falar sobre a profissão, a carreira e, claro, obter apoio entre as colegas. “Foram 20 lives e ainda não conseguimos apresentar todas as mulheres incríveis do áudio”, completa Roberta.

Como ajudar o backstage durante a pandemia

Muita gente está precisando de ajuda porque as demandas de trabalho diminuíram significativamente. “Iniciativas de ajuda estão rolando, basta acompanhar nas nossas redes sociais e decidir qual apoiar”, disse Roberta.

Acompanhe o Backstage Invisível e o SOS GRAXA e saiba como contribuir cos profissionais do backstage durante esse momento difícil.

Bate-bola e mais mulheres incríveis

Por fim, o Mundo da Música fez uma bate-bola com Lilla e Roberta. 

  • Analógico ou digital: ambas responderam digital.
  • Ao vivo ou estúdio: ao vivo, claro!
  • Banda boa com equipamento mais ou menos, ou equipamentos maravilhosos com banda ruim? “Banda boa, porque milagre não existe”, brincou Lilla.

Veja a live na íntegra e conheça mais sobre essas mulheres incríveis.

https://www.youtube.com/watch?v=msReZdpmJp8