Mesa de som Yamaha: quais são os diferenciais da marca?

Antes de falar sobre mesa de som Yamaha, o que podemos falar de uma empresa que tem sua fundação no Japão no final do século XIX produzindo pianos e órgãos? Mais precisamente em 1897, por Torakusu Yamaha, ainda com o nome Nippon Gakki que seria uma tradução literal para “Japão Instrumento Musical”.

Os anos passaram e, dentre produção de pianos, violões, caixas de som, motos e jet ski desta grande corporação, falaremos neste texto o assunto mesa de som.

Na década de 70, com o início da produção de semicondutores pela empresa, chegamos à produção de equipamentos de áudio. Lá se vão mais de 40 anos de experiência na produção de tecnologia para o nosso mercado. Tal visão em 1998 nos deu contato com os primeiros consoles digitais, as mesas de som Yamaha, que chegaram ao Brasil com sua marca estampada na famosíssima 01V.

Para pequenas produções, os consoles de áudio analógicos ainda são os mais consumidos. Pelo preço mais acessível ou pela facilidade de uso, é inegável mesas de som analógicas ainda têm grande aceitação. Então, iniciamos os trabalhos pelos mais consumidos, passamos pelas alternativas de consoles digitais de entrada, até chegarmos nas linhas dos sonhos de muitos (para não dizer todos) técnicos de som.

Consoles analógicos Yamaha mais vendidos do mercado nacional

YAMAHA MG12XU (Analógica)

Facilidade do sistema analógico, quantidade de recursos, versatilidade e possibilidade de gravação através de saída direta por USB fazem deste console um dos mais vendidos do Brasil. Contém 6 pré-amplificadores com Phantom Power (+48 VDC) para ligação de microfones condensadores o direct boxes que precisam desta alimentação. Seu equalizador é de 3 bandas fixas e possui um auxiliar pré-fader para ligação de uma via de retorno e um auxiliar pós-fader que está inicialmente vinculado ao seu processador de efeitos internos da Lina SPX com 24 presets de efeitos a sua escolha, outro ícone da marca.

Seu sistema de gravação é por conectividade USB, capaz de fornecer dois canais de entrada e dois canais de saída, como a maioria das placas de som de entrada do mercado. Sua conversão analógico-digital possui 24 bits e até 192KHz de Sample Rate – o que garantirá ótima qualidade de áudio em suas gravações.

YAMAHA MG16XU (Analógica)

Se você pode investir alguns poucos reais a mais, pode adquirir um equipamento da mesma linha de produto. Só que, agora, teremos alguns canais a mais, totalizando 10 pré-amplificadores com Phantom Power.

Seu equalizador tem as mesmas quantidades de filtros (3 filtros), mas com um parâmetro de varredura a mais nos médios, deixando-o mais preciso. O número de auxiliares pré-fader também sobe para três, possibilitando mixagens diferentes de retorno para uma banda possivelmente maior. Ela ainda possui o mesmo processador de efeito e ainda tem um subgrupo a mais do que a irmã menor. Seu sistema de gravação é idêntico ao da versão anterior.

Então, se esta cabe no espaço que destinou à mesa (e no seu bolso) ela pode ser uma ótima opção. Se ainda falta canal pois você precisaria de mais entradas para microfones tem a irmã maior, cujo modelo é a MG20XU. Esta mesa de som Yamaha tem, basicamente, os mesmos recursos – só que com 16 pré-amplificadores para microfones.  

YAMAHA MG10XU (Analógica)

Se você precisa de uma versão ainda mais compacta, mas ainda com boa parte dos recursos das outras duas acima, a MG10XU pode ser uma bela opção. Ela é indicada para locais pequenos com pouco espaço disponível para equipamentos, como pequenas salas de ensaio para bandas ou, até mesmo, um músico solo que leva seu equipamento para o evento.

Seus faders foram transformados em potenciômetros convencionais para não ocupar tanto espaço, mas a mesa de som Yamaha ainda tem quatro pré-amplificadores de microfone com Phantom Power. Além disso, inclui Efeitos SPX e a possibilidade de uso para gravações em um home studio, com sua saída USB 2in/2out, a mesma de toda a família.

Certamente, este modelo se torna uma boa opção pelo baixo valor, mas, ainda assim, com boa versatilidade.

YAMAHA TF (TF1, TF3 e TF5) [Digitais]

Poderíamos citar a lendária 01V como console de entrada da marca, mas, mesmo com sua fama de durona, a idade já lhe cai sobre os ombros. Talvez em uma tentativa de lhe proporcionar mais algum tempo de vida, a sua última versão 01V96i, vem acompanhada de uma placa de expansão que lhe possibilita gravação multipista. Inegavelmente, sempre em parceria com algum computador munido de um software do tipo DAW (Digital Audio Workstation).

Dito isto, a linha de produto de uma marca sempre deve evoluir. As necessidades mudam, o que era supérfluo no passado se torna item obrigatório e os processadores internos do “computador” evoluem. Isso nos leva a novos modelos que tenham um novo fluxo de trabalho condizente com tudo aquilo que foi adicionado aos consoles.

Então, vem a Linha TF da Yamaha.

Todas as TF’s têm, praticamente, o mesmo poder de processamento, com os mesmos recursos. Não esperávamos nada muito diferente disso. Então, vamos às suas principais características conjuntas:

  • Sistema TouchFlow – um moderno fluxo operacional adquirido pelo know-how da marca, tendo como referência Centralogic de consoles anteriores;
  • 14 Auxiliares  (8 monos e 6 estéreos);
  • 8 grupos de DCA;
  • Gravação e reprodução de até 34 canais através de USB 2.0;
  • 1 slot de expansão para o Card NY64D (protocolo DANTE possibilitando expansão através do Tio 1608 D;
  • 4 saídas Matrix com processamento para torres de Delay;
  • 16 saídas XLR analógicas.

Distinções entre TF’s

TF1

  • 17 faders motorizados (16 canais + 1 master);
  • 40 canais de entrada de mixagem (32 mono + 2 estéreo+ 2 return);
  • 16 entradas XLR analógicas / TRS mic combo / Line input + 2 entradas analógicas RCA stereo em linha.

TF3

  • 25 faders motorizados (24 canais + 1 master);
  • 48 canais de entrada de mixagem (44 mono + 2 estéreo+ 2 return);
  • 24 entradas XLR analógicas / TRS mic combo / Line input + 2 entradas analógicas RCA estéreo em linha.

TF5

  • 33 faders motorizados (32 canais + 1 master);
  • 48 canais de entrada de mixagem (40 mono + 2 estéreo+ 2 return);
  • 32 entradas XLR analógicas / TRS mic combo / Line input + 2 entradas analógicas RCA estéreo em linha.

TF RACK

A quem possa interessar (e se, realmente, espaço é um quesito importante), essa mesa de som Yamaha é praticamente uma TF1 sem faders. Dispõe, basicamente, dos mesmo recursos, mas foi construída para um rack padrão 19”. Ou seja, tirando a tela e poucos botões em sua estrutura, você precisará de um dispositivo externo para operá-la: um PC, um Mac ou, até mesmo, um Tablet.

YAMAHA Séries QL, CL e RIVAGE

A marca sempre teve muitos modelos de consoles para as mais diversas aplicações. Tivemos as O2R, O3D, DM1000, DM2000 – talvez com uma estrutura mais voltada para os estúdios da época, com um fluxo de sinal um pouco complicado para a prática rápida necessária na sonorização ao vivo.

É claro que não podemos deixar de citar as conhecidas M7CL e LS9 ainda a pleno vapor em teatros, igrejas e empresas de sonorização pelo Brasil. Esta última, a LS9, foi uma das primeiras mesas do mercado nacional com capacidade de processamento de até 64 canais. Porém, o tempo passou para todas elas.

Ao falar desta linha “premium” para nosso mercado, tendo em vista o poder de compra de um país de terceiro mundo, vamos nos ater aqui ao que as difere de consoles de entrada.

LINHA QL (QL1 e QL5)

A série QL é, praticamente, uma evolução da LS9. As semelhanças vão desde as quantidades de faders existentes até a estrutura de botões para auxiliares através de chaves (diferentes de potenciômetros tipo encoder como na M7CL e linha CL).

Foi uma grata evolução. O sistema Touch and Turn, um encoder que responde a cada parâmetro tocado na tela, é só uma das suas evoluções, deixando o operacional do console mais prático. Mesmo contendo portas de expansão, a linha ainda conta com entradas e saídas físicas na mesa, servindo para todo tipo de aplicação, sem necessidade de carregar entradas e saídas à parte pelos Stagebox.

A quantidade de canais processáveis, efeitos e plugins à disposição do usuário também são atributos que saltam aos olhos dos técnicos mais apaixonados pela arte da mixagem.

LINHA CL (CL1, CL3 e CL5)

Preste atenção nas características abaixo!

Nova Centralogic, área do console que aproxima os comandos físicos de encoders, fader e chaves de sua grande tela Touchscreen. Ao lado dessa tela, um Strip Channel com encoder para cada parâmetro de equalizador. E mais à esquerda, duas páginas de encoders para auxiliares (totalizando 32 mix individuais).

Tem um novo conceito que separa as entradas e saídas do console da sua superfície de controle (todas as CL’s têm somente 8 entradas e 8 saídas físicas) fazendo o uso de Stagebox de forma praticamente obrigatória.

Dessa forma, interface rápida e intuitiva para quem é usuário de longa data da marca e cuidados mais refinados com a apresentação dos seus cursos fazem dessas linhas prêmio um sonho de consumo para qualquer técnico.

LINHA RIVAGE (PM7 e PM10)

Lembra-se da palavra sonho do parágrafo anterior?

Tanto a PM7, quanto A PM10 são o suprassumo da tecnologia da marca no momento.

Essas preciosidades passam pelos projetos de nada menos que Toshifumi Kimoto, Dan Dugam e Rupert Neve. São produtos diferenciados que estão acompanhando alguns dos maiores artistas e presentes em boa parte das melhores casas de espetáculos do mundo. De fato, um mundo que pode pagar por isso, é claro.


Portanto, vimos neste texto um breve resumo histórico de produtos que se destacam na Yamaha. Muitas outras marcas têm excelentes produtos, mas ainda há o técnico que aprendeu seu ofício em um console Yamaha e que defenda seu uso por carinho, por hábito ou, até mesmo, por teimosia.

Se você busca saber mais sobre o uso de mesas digitais ou analógicas, ou ainda não está decidido em qual tipo comprar, o Mundo da Música traz abaixo outros links para que possamos ajudá-lo em sua escolha. Aproveite.

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Nerau