Semana da Igreja ao Vivo: lives nas redes sociais

A última live da Semana da Igreja ao vivo promovida pelo Mundo da Música trouxe Dimitri Juliano com o tema Lives em redes sociais. Pastor cristão protestante, Dimitri se especializou em marketing na internet e, hoje em dia, é a cabeça por trás da agência Cross, que realiza trabalhos em redes sociais para igrejas, pequenas empresas e produções em vídeo para diversos empreendedores digitais. Nos canais da sua agência, ele apresenta diversas dicas sobre como ter sucesso nas redes.

Na live com a gente, ele explica que, além das questões técnicas, é preciso planejando executivo para promover suas lives da melhor forma, atingindo os resultados esperados. 

Igreja e comunicação de massas

Os veículos de comunicação sempre foram usados para espalhar a palavra do Evangelho. Dimitri, estudioso de história da religião, conta que surgimento do rádio alegrou os cristãos em todo o mundo. Era mais um canal para levar os ensinamentos de Cristo a mais pessoas em distâncias maiores. 

Ele cita o caso da Coréia do Norte, cuja ditadura reprimiu o cristianismo e seus adeptos. Naquele país, estima-se que cerca de 200 mil cristãos vivam em cárcere, tendo no rádio o único contato com o Evangelho. Após a guerra que havia segregado o país, missionários cristãos criaram estações na fronteira com a Coréia do Sul, de onde poderiam transmitir a boa nova a milhares de conterrâneos. 

Com o advento da TV, o visual ganhou a vez. Agora, além da palavra, era possível utilizar a imagem como meio de transmissão da mensagem cristã. 

Mais tarde, porém, ao contrário do que seria lógico, o crescimento da internet não foi de imediato absorvido pelas religiões como ferramenta de expansão da doutrina. O pastor admite que, no Brasil e em outros lugares do mundo, a força da internet demorou a ser admitida pelas igrejas.   

Um púlpito

Dimitri lembra o pastor alemão Reinhard Bonnke, falecido em dezembro de 2019. Famoso por suas missões na África e fundador do ministério internacional Christ for all Nations, Bonnke é o religioso que pregou simultaneamente para maior público em toda a história: cerca de 2.200.000 pessoas. Estima-se que mais de 75 milhões de fiéis se converteram por meio de seu ministério. 

Mesmo com todo esse poder e experiência, Bonnke foi avesso à internet, quando da ascensão da rede, em fins dos anos 90. Foi necessária certa persuasão para convencê-lo dos seus benefícios. Quando, enfim, percebeu o tamanho da novidade, o pastor enxergou na internet um verdadeiro púlpito, de infinitas possibilidades. 

Guia do técnico de áudio de igreja

Redes sociais e Igreja

Dimitri Juliano é um entusiasta das redes sociais. “Rede social é relacionamento. É muito relevante. Todo mundo usa. Mas você pode usar tanto para o bem, como para o mal”, afirma. 

Ele recomenda prudência, principalmente do lugar de que fala: como um pregador da palavra de Cristo. 

Dimitri ressalta que é muito fácil promover objetivos pessoais associando o atrativo das redes sociais e toda a sensibilidade que envolve apresentar o Evangelho. “Em se tratando de evangelho, o importante é a mensagem, não o mensageiro. O centro da igreja é a palavra de Jesus. O pastor deve ficar invisível”, indica. 

Com tudo isso em mente, a parte técnica de toda a questão toma o lugar de simples veículo para a transmissão de algo maior. E, durante a nossa Semana da Igreja ao vivo, você já teve acesso a bastante material sobre isso, certo?

Planejamento

O pastor destaca a importância de se pensar estrategicamente. “Às vezes, a empolgação em usar logo as redes sociais deixa a gente perdido em algumas coisas. Por isso, planejamento é fundamental”, explica.  

Seja usando estrutura própria em um site da Igreja – o que é pouco usual – seja pelo caminho dos serviços de streaming disponíveis, cada ponto da live deve ser pensado com antecedência. 

Faça um checklist, deixe tudo anotado e se encarregue de levar todo o equipamento e estrutura que você possua, mesmo que algo não seja usado – imprevistos acontecem. 

Cada rede social tem uma gama de possibilidades que mudam a cada dia. É necessário ficar atento às inúmeras atualizações e novas redes que surgem a cada dia. Por isso, não existe fórmula, é necessário ter sabedoria para explorar a mídia de forma proveitosa. Tudo deve ter como base:

  • Objetivo esperado;
  • Possibilidades técnicas;
  • Público-alvo.

Particularidades de cada rede social

Dentro disso, Dimitri aponta as principais diferenças entre as redes sociais mais usadas para transmissões de lives, seus prós e contras.

YouTube

  • Comentários limitados: não é possível subir imagens;
  • Não exige conta de quem assiste a conteúdos em qualquer canal;
  • A transmissão via celular só é permitida a canais com mais de mil inscritos;
  • Permite arrecadação de dinheiro para o canal, caso o usuário tenha cartão vinculado à conta do Google;
  • Disponibiliza legendas automáticas. Vídeos com legenda alcançam maior engajamento;
  • Analisa o conteúdo de forma mais precisa que outras redes. Avalia palavras chave, descrição, título e conteúdo relevante do vídeo, inclusive o que é dito, otimizando o algoritmo e deixando o alcance mais assertivo;
  • Métricas de análise do alcance detalhadas: permite saber de qual dispositivo, site ou mídia o vídeo foi assistido. 

Facebook

A live no Facebook demanda configuração um pouco maior, mas é fácil. Permite mais interação através do chat: além de comentários, compartilhamento, é possível ao usuário subir foto, links, enquete, arrecadação, etc. 

Instagram

  • Permite apenas uma hora de live;
  • É a rede mais fácil para transmitir. Isso causa maior profusão de lives. Exatamente por isso, o ideal é realizar uma transmissão de qualidade (áudio e vídeo) e atrativa, pois seu público está a um scroll para o story ao lado. 

Transmissão multiplataforma

Frente à indecisão sobre em qual rede social apostar, muita gente acha uma boa ideia veicular a live para várias delas ao mesmo tempo, certo? Porém, os programas de streaming que oferecem essa opção cobram para isso. Dimitri dá uma dica de ouro, baseado no que ele mesmo costuma fazer: 

  • Transmita a live para o YouTube por meio de um streaming gratuito como o OBS, bastante funcional. 
  • Use o navegador para a transmissão no Facebook – o Google Chrome é o mais indicado. 
  • Alguns sistemas operacionais não permitem o uso da câmera do computador para dois programas simultaneamente. Uma boa alternativa para esse problema é o emprego de uma webcam. 
  • A transmissão pelo Instagram pode ser feita ao mesmo tempo pelo seu celular. Pronto! Uma live para três redes sociais. 

Anúncio: como não desperdiçar dinheiro

Por várias vezes na nossa live, Dimitri Juliano abordou o anúncio pago como um investimento chave para alcançar bom público e engajamento em sua live. Facebook e Instagram reduzem a cada dia mais seu alcance orgânico. A página de uma Igreja pode ter bastante seguidores, mas a taxa de entrega acaba sendo baixíssima – cerca de 10 a 12% no Facebook, no máximo 20% no Instagram. 

O pastor insistiu que não é preciso gastar muito para um impulsionamento eficaz. “Fizemos uma campanha de R$ 20,00 que durou três dias e alcançamos 30 mil pessoas”, ele ilustra. 

O gerenciador de anúncios do Facebook, no qual é possível impulsionar anúncios no próprio Facebook e também no Instagram, tem minuciosos critérios para escolha de público. É possível escolher que seu anúncio atinja um público com base em idade, habitação, gênero, interesses. Pensou na comunidade que frequenta sua Igreja? O gerenciador de anúncios delimita até CEP do público, renda básica, número de filhos e outras características.

Anúncios no YouTube devem ser criados através de uma conta no Google Ads. Não é possível que você faça uma campanha de anúncios simplesmente para que as pessoas curtam sua página. Por isso, a qualidade do conteúdo faz diferença. 

A depender do sucesso da live, seu engajamento e interação, por que não impulsionar o vídeo? O sucesso de uma transmissão é um bom argumento para que os responsáveis pelo departamento financeiro da Igreja vejam esse investimento com bons olhos. Para começar, um valor mínimo basta: R$ 10,00 a R$ 15,00. 

A partir de um conteúdo como uma live, seu canal pode obter mais assinantes. Não se esqueça de sempre pedir à sua audiência que assine o canal, clique no sino das notificações e tudo o que é necessário para mantê-lo conectado. Na linguagem do marketing digital, isso se chama CTA (Call to Action, ou Chamada para Ação, em português): você apresenta conteúdo para convidar o consumidor a realizar uma ação: assinar seu canal, seguir seu perfil, enviar email, baixar um material, adquirir um produto, contribuir para um projeto, etc. 

Um grande ponto a favor do YouTube é que você pode direcionar a veiculação da sua campanha para canais específicos, ligados ao público que você quer atingir. 

Analise e descreva detalhadamente o seu público-alvo: sabendo o que ele consome, você saberá como atraí-lo. 

Sabedoria

Como você pôde perceber, o pastor Dimitri Juliano priorizou, nessa produtiva conversa, questões estratégicas sobre marketing. Para quem está interessado em arriscar na área das lives, ele aconselha: “as redes sociais precisam ser usadas para levar uma mensagem. O que faz com que seu canal cresça é conteúdo relevante e consistência. Use intensamente, mas com sabedoria. Redes sociais estão cada vez mais relevantes. Sobretudo em tempos de isolamento social, elas podem ser grandes aliadas”.  Conheça o trabalho de Dimitri! Nas suas páginas pessoais, ele assume que é mais crítico e opinativo, o que causa um engajamento, digamos, mais “quente”. Já nos canais da Agência Cross no Instagram e no YouTube, estão disponíveis materiais riquíssimos sobre estratégias de marketing digital e produção de conteúdo para redes sociais, principalmente em vídeo.

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Nerau