Você precisa de pedais de efeito? O Mundo da Música vai ajudar a percorrer esse caminho, com dicas para que você possa encontrar o pedal que vai se encaixar perfeitamente no seu som. São inúmeras as opções no mercado de fabricantes nacionais e internacionais, com pedais analógicos e digitais dos mais variados preços. Avisamos com antecedência: pedais são viciantes!

Os pedais são unidades de efeito que modificam o som do instrumento. Na história dos pedais, a voz, as guitarras, contrabaixos, baterias, trompetes, violinos e afins, passaram por modificações sonoras. Seja no estúdio ou em apresentações ao vivo, ele está lá, um fiel companheiro e árduo trabalhador. A invenção dessas unidades portáteis de efeito foi uma “mão na roda” para o músico, pois ele podia acrescentar camadas sonoras sobre o som original do amplificador, podendo reproduzir ao vivo o som criado com os gigantescos racks dos estúdios. Mas, quando precisamos de um pedal de efeito? Qual seria esse pedal? Quantos pedais? Vamos discutir essas e mais outras questões ao longo deste texto. Portanto, pise fundo!

Pedal analógico ou pedaleira digital?

Essa é uma questão que está posta em quase todos os fóruns sobre efeitos na web. O que é melhor? Analógico ou digital? A resposta é simples: ambos são excelentes. Temos que levar em consideração a nossa necessidade, dessa forma podemos escolher com mais segurança. O som tem que agradar aos seus ouvidos!

Os pedais analógicos têm praticidade de configuração com seus knobs que alteram os parâmetros (volume, ganho, tone, por exemplo) com um simples girar de botões. Com a cadeia de pedais conectados é muito fácil de modificar as regulagens dos parâmetros até mesmo durante a performance de uma música.

A praticidade das pedaleiras digitais é de outra ordem. Existem pedaleiras digitais de diversos tamanhos, e até mesmo nos menores modelos encontramos uma lista imensa de efeitos que vão do Overdrive aos moduladores como Chorus e Flanger.  Dependendo do tamanho da pedaleira, que pode ter inúmeros bancos de memória com o som que você customizou na sua casa.  

Não há regra: pode ser analógico, pode ser digital. Você pode usam qualquer um. Mais uma vez: se você gostou do som, esse é o certo! Agora, se o blues ou o rock dos anos 1970 for o seu estilo, você vai se dar muito bem com os pedais analógicos. Já, em uma banda de baile ou na igreja, onde exige uma imensa variedade de efeitos e timbres, a pedaleira digital vai ser uma boa ferramenta de trabalho.

Custo-benefício em relação a pedais

Nesse quesito, as pedaleiras digitais ganham por apresentarem inúmeros efeitos. Algumas vêm até com pedal de expressão, possibilitando usar efeitos como wah-wah e pedal de volume. Mas, os preços também variam de acordo com o modelo. Há pedaleiras cujo investimento é realmente alto, pois utilizam a mais avançada tecnologia de softwares. No entanto, existem incontáveis modelos de preço acessível que podem servir perfeitamente no seu set.

Em relação aos pedais individuais, você pode investir uma boa grana para ter uma série de efeitos. No entanto, os pedais possuem um apelo colecionável devido a suas características sonoras e também ao seu design. Eles viciam! E são muito fáceis negociar em uma futura troca por outros pedais.

Mas, também podemos combinar pedais individuais à pedaleira digital. Há músicos que preferem os overdrives dos pedais e os moduladores das pedaleiras digitais, usando ambos no seu set. São diversas as combinações, e a diversão é garantida.

Efeitos

Agora, vamos falar um pouco sobre os efeitos mais populares? A criatividade dos músicos e dos engenheiros de som nos proporcionou uma infinidade de efeitos. Eles criaram unidades que distorcem o sinal, que o duplicam, que de alguma forma modificam o som que produzido pelos instrumentos. Jimi Hendrix e a combinação Wah-Wah + Fuzz, Peter Frampton e o Talk Box, Eddie Van Halen e a combinação Distorção + Flanger, muitos de nós buscam reproduzir o som que esses mestres criaram no passado. Os efeitos são inúmeros, mas alguns são clássicos, e devemos falar um pouco sobre eles.

Fuzz

Efeito que surge nos anos 60, por acaso, e que se populariza no riff de Satisfaction, dos The Rolling Stones, em 1965. Desde então, muitos fabricantes aventuraram-se, criando modelos que até hoje são icônicos. O Fuzz é um pedal que causa uma distorção extrema no sinal, que foi muito bem aproveitada por guitarristas como David Gilmour, Tony Iommi e Eric Clapton. É um efeito de personalidade forte muito usado na psicodelia dos anos 60s e no grunge dos anos 90s. Guitarristas brasileiros, como Juninho Afram (Oficina G3), também usam esse poderoso efeito. Se a sua pegada é mais nervosa e explora essa extrema distorção, o Fuzz tem que fazer parte do seu set.

Distorção/Distortion

A distorção está presente em muitos grupos, desde os anos 60s. Esse é o efeito ideal para quem gosta de um som pesado, de hard rock à heavy metal. O som dessa distorção é menos escandaloso do que o Fuzz, e mais comprimido. Ótimo para bases com a técnica de palm muting ao estilo Metallica e Pantera. No entanto, algumas produções da música sertaneja também utilizam esse efeito.

Overdrive

O overdrive produz uma distorção mais suave, utilizada desde pop até gospel. Esse efeito surgiu nos próprios amplificadores que, tocados em altos volumes, apresentavam uma distorção natural. Os pedais vieram para proporcionar a possibilidade alcançar esse estágio de distorção com o volume baixo. É a distorção mais versátil, podendo ser usada em inúmeros gêneros musicais.

Tremolo

Basicamente, o pedal de Tremolo funciona abaixando e levantando o sinal do instrumento em intervalos regulares. Historicamente, foi o primeiro efeito a ser produzido em forma de pedal. Você vai ouvir o Tremolo em “Diddley Daddy” (1955), na guitarra de Bo Diddley.

Delay

Esse efeito surgiu depois que o guitarrista norte americano Les Paul fez experiências com gravadores de fita. Aí surgiu o delay de fita, muito popular nos estúdios e nas bandas de rockabilly dos anos 50s. O efeito copia o sinal do instrumento, podendo reproduzi-lo milésimos de segundos depois, ou mais, produzindo um eco. Hoje, existem delays digitais que são muito acessíveis. Se você gosta de Pink Floyd, Queen e U2, vai adorar esse efeito.

Phaser

O phaser combina o sinal do instrumento com uma cópia ligeiramente fora de fase com o sinal original. Como se dois sons soassem simultaneamente, mas com milésimos de segundos de distância. Os The Rolling Stones abusaram desse efeito no seu álbum “Some Girls”. O guitarrista Eddie Van Halen usou um phaser na estrondosa “Eruption”. É um efeito que funciona muito bem com bases rítmicas.

Chorus

Esse foi um efeito usado sem moderação durante todos os anos 80s. É o sinal original do instrumento, com uma cópia defasada aproximadamente 20 milésimos de segundo, e levemente desafinada. Se você gosta de Lulu Santos, Toto e The Police, você tem que ter esse pedal.

Flanger

O sistema do flanger é muito parecido ao do chorus. A principal diferença técnica é uma realiamentação que passa o sinal do pedal. Há quem compare esse efeito com o som de um avião cortando os ares.  É um efeito que soa muito bem sobre uma distorção, como podemos ouvir em algumas músicas do Van Halen.

Compressor

A dinâmica durante a execução de uma música pode variar muito, às vezes, o som sai mais alto ou forte do que o desejado; ás vezes, mais baixo ou fraco. Com o compressor, conseguimos equilibrar os ataques fortes e fracos nos instrumentos. Por isso esse pedal é popular entre guitarristas de música country e sertanejo, definindo as notas do estilo percussivo “chicken picking” do gênero. Cada fabricante usa a sua terminologia para os parâmetros que podemos usar, como “threshold” (limite), “ratio” (quantidade de compressão) e “output gain” (volume de saída). Ao adquirir um compressor, você vai descobrir um dos pedais mais úteis do seu kit.

Wah-wah

Esse efeito consiste em um filtro cuja frequência central é variável. Quando essa frequência varia de um valor baixo para um alto, ele produz um som “uá”. O nome Wah-wah é uma onomatopeia do efeito produzido pelo pedal. Há pedais auto-wah, que reagem à dinâmica que damos aos ataques nos instrumentos. Mas o modelo mais popular consiste em um pedal semelhante a um pedal acelerador. Conforme variamos a pisada entre a ponta dos pés e os calcanhares, conseguimos esse efeito de “uá-uá”. De Jimi Hendrix a Miles Davis, o Wah-wah tomou o mundo de assalto.

Há muitos mais efeitos no mercado, de pedais de butique customizados a os de produção em massa.  Pesquise, ouça exemplos na internet, ouça os discos dos seus artistas preferidos. Esperamos que esse texto tenha sido útil para que você encontre o seu caminho através do mundo dos pedais.

Guia de compras: Pedais