Quando precisamos comprar um microfone sem fio, acumulamos todas as necessidades que temos para a compra de um microfone com fio e acrescentamos toda a complexidade dos sistemas de transmissão.

Caso você ainda não detenha conhecimento ou não saiba ao certo o tipo de cápsula de microfone que precisa, o Mundo da Música convida você a buscar essas informações no Guia de Compras de Microfones em geral.

Porém, se você já leu o material e/ou já está craque no assunto microfone, abaixo falaremos sobre como pensar os investimentos nos microfones sem fio.

Primeiramente, se precisar de poucas unidades e não estiver em um grande centro urbano, não será uma tarefa difícil de resolver. Entretanto, se estiver em metrópoles e precisas de muitas unidades de transmissão sem fio, melhor ler o conteúdo abaixo.

Tecnicamente, a diferença entre um microfone com fio e um sem fio, pasmem… é o fio. Até o momento, o melhor transmissor do som captado por uma cápsula de microfone é um bom cabo, mas nem sempre gostamos dos limites de distâncias que ele nos impõe.

A substituição do cabo por um sistema de transmissão de RF (Rádio Frequência) pode ser um investimento caro caso você precise chegar à qualidade do velho e bom cabo XLR (de microfone). Então, vamos a algumas provocações.

Realmente preciso de mobilidade?

Cansamos de ver cantores em palcos tão pequenos (em lugares pequenos, obviamente) que não se dão nem o trabalho de tirar o microfone sem fio do pedestal na hora de cantar. Ele precisa de um microfone sem fio? Isso também vale para instrumentistas que têm um sistema que transmite por “meio metro”, gente que troca um bom cabo por um sistema sem fio barato que estraga o seu som, entre outros.

Porém, precisando de mobilidade para o cantor, pastor, padre, orador, instrumentista, etc., prepare-se para projetar tudo que passa por RF no ambiente. E o mais importante: saiba que não está sozinho: você vai competir (ou coexistir) com tudo o que é transmitido nas frequências de uso dos microfones sem fio.

Nesse momento, é até conveniente abandonar o termo microfone sem fio. O mais correto seria usar transmissores e receptores, pois o microfone é só uma de muitas coisas que podem ser transmitidas. Instrumentos, fones (sem fio, no caso), competirão pelo mesmo espaço eletromagnético, infelizmente. Sem falar em competições externas como TV, antenas de telefonia celular e vários outros ocupantes primários (com total preferência) desses espaços de transmissão regulado pela ANATEL.

Então, se, de fato, você precisar de mobilidade, siga para o próximo tópico.

Compro meu microfone transmitindo em VHF, UHF ou 2,4 Ghz?

Vamos, inicialmente, às definições segundo a ANATEL: 

  • VHF (Very High Frequency) – compreende no range de frequências que inicia em 30 MHz e se estende até 300 MHz. Nesta região, trafegam prioritariamente as emissoras de radiodifusão FM (Frequência Modulada) e os antigos canais analógicos de televisão (do 2 ao 13, para quem lembra), dentre outras muitas aplicações no range;
  • UHF (Ultra High Frequency) – compreende do range de 300 MHz à 3 GHz. Os usuários mais famosos dessa região são a TV digital e a telefonia móvel;
  • 2,4 GHz – o nosso querido Wi-Fi.

Acho que notaram que a frequência de 2,4 GHz está dentro das frequências de UHF, certo? Então, por que essa distinção? Porque, mesmo que os ranges de transmissão estejam nas frequências citadas acima, nem de perto temos liberdade para usar qualquer uma delas. Todo produto transmissor vendido em território nacional precisa de homologação da ANATEL em range de frequências bem específicas ao seu uso. 

Estamos falando de microfones e afins, certo? Vamos às restrições. O UHF utilizado por microfones no Brasil pode se estender entre 470 Mhz e 900 MHz, excluindo a banda de 700 Mhz inteira, porque esta foi vendida para a nova telefonia móvel. Então, há outra região que chamamos de Wi-Fi, que também tem produtos no mercado. Acho que você entendeu que microfones sem fio não são prioridade na transmissão.

Tentando responder à pergunta do título de forma direta: use a que estiver mais liberada onde você vai usar seu microfone.

Não entenda isso como um tanto faz, pelo contrário. Você pode comprar um microfone sem dar muita atenção a isso e ser feliz na escolha, mas, ao se mudar de localidade, pode precisar mudar de equipamento. Há muitos relatos sobre esse tipo de problema: “funcionou tão bem semana passada em outro lugar…”.

Concluindo, tome cuidado onde compra o seu microfone, pois pode estar funcionando bem na loja e na sua casa não tão bem assim. E não é um problema do microfone!

Um microfone sem fio tem a mesma “qualidade” de um microfone com fio?

Há dois pontos de vistas para a resposta dessa pergunta. O primeiro é que se analisarmos um bom transmissor com uma cápsula de um bom microfone. Quando comparamos o mesmo modelo de uma marca, com e sem fio, não notamos diferenças significativas no seu som. Então a resposta é: sim, tem a mesma qualidade.

Entretanto, se olharmos do ponto de vista de valor investido, o resultado não será bem assim. Vamos ao exemplo:

P: Tenho R$ 800,00 para comprar um microfone para o cantor. Compro um microfone com fio por esse valor ou invisto em um microfone sem fio de mesmo preço? 

R: Cerca de 3/4 do valor de um microfone sem fio é transmissão – às vezes, até mais. Logo, ao comprar um sem fio do valor combinado, você terá uma qualidade de cápsula comprada a R$ 200,00, ou nem isso.

Desta forma, a resposta à pergunta seria: não, não tem a mesma qualidade.

Qualquer microfone sem fio serve para o canto?

Já falamos que o melhor transmissor é o cabo, mas entendemos o quanto o microfone sem fio  melhora a liberdade e a expressão de quem o usa. Todavia, é preciso cuidar quando não há muito poder de investimento para adquirir um microfone sem fio. Umas das qualidades mais significativas de um transmissor é passar fielmente o som que chega na cápsula do microfone para sua base receptora.

Quando você tem um transmissor/receptor ruim, perde qualidade, principalmente, por distorção nos momentos de som alto, e não adiantará de nada baixar o volume da mesa, pois o som já chega nela distorcido.

Resumindo, um microfone destinado para oratória em uma palestra recebe muito menos pressão sonora do que um microfone usado pelo cantor de uma banda. Isso significa que um bom microfone para o canto serve muito bem para a oratória, mas nem sempre um microfone para oratória vai atender às necessidades para o canto.

Teste o microfone nos dois regimes, som altos e baixos. Um ótimo aviso é LED vermelho piscando a todo momento. 

Tem problema usar muitos transmissores em um só ambiente?

Se você precisa de muitos sistemas sem fio funcionando simultaneamente, significa que está preenchendo um “espaço eletromagnético de frequências” que já é muito concorrido com TVs. Um sistema de transmissão pode ocupar muito ou pouco espaço de acordo com sua qualidade.

Um microfone sem fio simples possui um transmissor bem menos “preciso” que um mais sofisticado. Então, quando você adquire vários microfones sem fio baratos, lota muito mais rapidamente o espectro do que ao comprar os mais caros.

Sistemas mais precisos podem funcionar melhor em grande número, mas são caros. Por isso, pense em qual linha de produto adquirir também prevendo quantos deles serão usados.

Ao usar muitas unidades de transmissão e recepção, é extremamente conveniente o uso de antenas específicas para o agrupamento de sinais e, junto com elas, o uso de combinadores e distribuidores, gerenciando esses sinais para melhor estabilidade.

O uso de muitos transmissores e receptores ao mesmo tempo costuma não ser uma boa ideia.

Tem problema trazer meu microfone de “fora do Brasil” para pagar um pouco menos?

Não é muito conveniente. Primeiramente, pelas políticas de garantia das marcas que, em quase todas as vezes, pedem o número de série do produto em uma nota fiscal válida em território nacional para uma assistência técnica autorizada.

Em segundo lugar, o range de frequência para cada país é diferenciado por “bandas”. Cada país tem sua legislação e recebe os produtos de acordo com ela. Isso faz com que alguns microfones originais das marcas comercializados nos EUA ou Europa possam não funcionar bem no Brasil por não estarem nas frequências corretas e, assim, não são homologados pela ANATEL.

Caso não conheça essa estrutura de frequências no Brasil na hora de uma eventual compra no exterior, você vai acabar contando com a sorte.

Por que alguns microfones sem fio são tão caros?

Como explicar que um microfone sem fio pode custar de R$ 250,00 a R$ 25.000,00? Sim, não estamos brincando. É uma diferença de 100 vezes, 10.000%. 

A resposta é a tecnologia! Para não ficar tão vago, vamos tentar desmembrar o conceito.

A cápsula

Desde um fone de ouvido arrebentado a um alto-falante retirado de uma TV velha – tudo pode ser “transformado” em um microfone. Na verdade, ele já é um microfone, dinâmico e ao contrário, só que está preparado para emitir som, e não receber. A estrutura de conversão é simples, fazer isso bem feito, não é. Até mesmo a base dos condensadores de estúdios – caríssimos – é um condensador eletrônico que pode custar centavos para algumas aplicações.

O fato é que não é fácil fazer um microfone com resposta de frequência adequada ao uso, funcionando bem em pressões sonoras altas e baixas, que suporte o manuseio, se mantenha íntegro fisicamente com o passar do tempo e com a mesma sonoridade. Eis a diferença no fator cápsula.

Um dos microfones com fio mais queridos em palcos (e de marcas conhecidas) custa em torno de R$ 900,00, mesmo você podendo adquirir um microfone por R$ 50,00.

O transmissor e receptor

Eis o maior vilão. Como já citado acima, essa parte é responsável pela maior parte do custo.

Uma transmissão de rádio é uma tecnologia antiga, como pode ser tão cara? Ao escutar uma emissora de radiodifusão, a programação pode dar um chiadinha, perder o sinal por meio segundo, vir com um pouquinho de interferência, e ainda está tudo bem. Agora, imagina isso na voz principal do cantor em um show com 50.000 pessoas em um estádio de futebol.

Essa precisão tem seu preço. É o preço de toda a tecnologia aplicada a antenas, sistemas extremamente precisos, sistemas true diverity, rastreamento de frequências limpas, mudanças automáticas de frequência de transmissão, informações de status de bateria, condição do RF, entre outras tecnologias.

Tudo isso serve para não parar nunca. No estádio lotado de futebol, o quanto você pagaria por isso se a responsabilidade fosse sua?

Conclusão

Portanto, mais uma vez, a definição entre caro e barato se torna relativa. É justamente uma relação entre sua condição financeira e sua necessidade que vai ditar qual tipo produto adquirir. Isso será mais simples para quem está em um lugar com pouca “sujeira” eletromagnética e bem mais complicado para quem vive em grandes centros urbanos e necessita de múltiplas unidades de transmissão.

Experimentação e um bom papo com outros técnicos à sua volta podem encurtar distâncias, pois, com eles, pode-se ter muita experimentação. Sempre duvide de quem diz: “compra esse, que funciona muito bem”. Qual é situação em que ele se encontra? Será que funcionará tão bem para você? Então, argumente e pergunte a si mesmo.

Caso consiga responder boa parte das perguntas acima, você já está pronto para acessar o nosso site na página de Microfones Sem Fio e usar os filtros à esquerda da tela para que o Mundo da Música apresente todas as possibilidades do mercado que satisfazem às suas necessidades baseadas nas suas escolhas. 

Se você já conhece alguns modelos de microfones sem fio do mercado, preparamos uma lista de equipamentos mais vendidos para que possa verificar a sua aceitação de mercado. Clicando nelas, você acessa o produto diretamente, verá preços e condições nas melhores lojas, com produtos oficiais e garantia de mercado.

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