Falaremos agora de um universo de possibilidades muito grande. Para não tornar esse texto maçante, e no intuito de ajudar quem está um pouco perdido na escolha sua caixa acústica, vamos nos ater a um número contido de possibilidades. Mas, inicialmente, seria interessante saber por que a caixa de som existe. Vamos lá?

Nosso ouvido não é muito eficiente para ouvir baixas frequências. Parte da prova disso está nos tamanhos e potências usadas para caixas de graves. A caixa acústica somente está presente porque um alto falante funcionando ao ar livre (fora da caixa) tem um resultado pífio em baixas frequências. Então, podemos afirmar que as caixas existem por causa dos graves e parte dos médio graves. Isto é, a caixa acústica será totalmente dispensável para drives de compressão em suas cornetas e tweeters, os médios e altos.

Que tipo de evento ou ambiente vou sonorizar?

Vamos dar um passo atrás e imaginar em quantos tipos de situações são usados alto-falantes e suas caixas acústicas: igrejas, teatro, auditórios, cinemas, casa de shows, eventos ao ar livre e alguns outros tidos como “profissionais”. Se aumentássemos nosso escopo para sonorizações de supermercados, aeroportos, home cinema, automotivos e outros, entraríamos em um universo de tantas possibilidades que inflaria demais esse texto. Então, ficamos com os primeiros exemplos.

Para responder à pergunta talvez possa nos ajudar pensarmos do ponto de vista oposto: o que as pessoas precisam ouvir e em que “volume”? Possivelmente, ao responder isso, ainda não acharemos a “nossa caixa”, mas já excluímos da lista muitas alternativas que não nos servem!

A construção de caixa acústicas é sempre baseada nas necessidades que elas irão satisfazer. Logo, não será qualquer caixa acústica, independentemente do tamanho, peso ou cor, que será adequada às nossas necessidades. No áudio profissional, se busca sempre eficiência e desempenho. Em outros mercados, se busca a resposta de frequência a qualquer custo, o preço o mais barato possível, o formato mais bonito para combinar com a sala.

Quantas caixas eu preciso para meu ambiente?

A quantidade de som do ambiente sempre será o somatório da energia gerada por todas as fontes sonoras no ambiente, sendo caixas acústicas ou não. Neste ponto, sempre paira uma dúvida: será que se eu comprar muitas caixinhas pequenas terei um som mais uniforme do que comprar uma única caixa maior? Se o assunto é homogeneidade de volume, possivelmente você até terá sucesso, mas se precisa de inteligibilidade (entender o que é dito) pode ser muito pior.

Você entende tudo que o locutor fala sobre as promoções em um supermercado? E já sabemos que são muitas caixas. E se aumentarmos a quantidade de caixas? Pode piorar! Ouviremos a soma de muitas caixas acústicas falando ao mesmo tempo, e chegando em nossos ouvidos.

Você pode estar pensando: mas no cinema tem muitas caixinhas espalhadas nas paredes, então, por que lá o som é tão legal? Em um sistema de cinema (5.1, 7.2, “1000 ponto alguma coisa”) não é o mesmo som que chega nas caixas laterais em relação às caixas frontais. Cada uma delas executa uma função bem específica.

Caixas Acústicas: Sistema de Ginásio Esportivo
Sistema de Ginásio Esportivo

Portanto, para termos um melhor controle sonoro e acústico do ambiente devemos pensar no mínimo de pontos possível. Porém, que cubra satisfatoriamente todas as pessoas sem prejudicar quem está mais próximo da caixa acústica com um som excessivo, nem prejudicar quem está mais longe com falta de pressão sonora. Divirta-se tentando achar esse meio termo.

Qual é a resposta de frequência que eu preciso para a caixa acústica?

Inicialmente, devemos nos perguntar qual será o “programa musical” tocado nas caixas, isto é, o que sai pelos alto falantes. Musical ambiental? Uma voz para anúncios? Uma banda tocando com bumbo de bateria e contrabaixo? Somente um orador falando?

A caixa deverá ter como resposta de frequência mínima a resposta de frequência do programa tocado. Caso seja necessária a divisão do trabalho (ex: adição de um subwoofer) para uma melhor eficiência isso deverá ser pensado desde o início. Pois, nem sempre quando notamos que precisamos de “mais som”, simplesmente comprar mais caixas acústicas será a escolha adequada. Chegará a um ponto em que deveríamos trocar todo o sistema para obter o que precisamos. Por esses motivos, devemos pensar bem onde queremos chegar em um objetivo final, para evitar gastos com equipamentos que ficarão obsoletos muito antes do esperado.

Preciso de caixas ativas ou passivas?

Os sistemas ativos chegaram ao mercado com o intuito de tornar mais prática a ligação do sistema, inicialmente juntando um amplificador a uma caixa acústica. Isso também minimiza a possibilidades de erros por quem não conhece muito bem impedâncias e ligações série/paralelo.

Com o tempo, as caixas ativas passaram a ser também processadas, ou seja, com dispositivos que ajustam sua sonoridade. Ganharam entradas de microfones diretas com pré-amplificadores embutidos. Ganharam equalizadores gráficos, pen drive e até bluetooth.

Caixas Acústicas passivas e ativas
Caixa Passiva X Caixa Ativa

O fato é que o controle de tudo sempre tem que estar mais próximo possível das mãos de quem opera o sistema. Então, em um pequeno sistema com um par de caixas para um pequeno evento, o sistema ativo ajuda bastante. Um amplificador a menos para carregar. Viva! Porém, em um grande sistema com caixas que ficam distantes do nosso controle, penduradas no teto ou em pontos altos de paredes, o uso fica um pouco complicado. Não muito, mas já pode ser um incômodo.

É claro que grandes sistemas de sonorização têm como uma tendência o uso de caixas ativas e processadas. Entretanto, são processadas de forma remota por cabo de rede e um protocolo de comunicação específico que, por vezes, recebem diferenças entre sinais para cada elemento do empilhamento. Acredite, já é real. Mas, para o momento, não precisamos ir tão longe.

Por enquanto, pense em o que você ganha e perde com um amplificador preso dentro da caixa acústica. Pronto, quesito respondido. Próximo!

Essas caixas de som com muitas funcionalidades e conectividades servem para mim?

Com a ida dos amplificadores para dentro das caixas acústicas, elas tiveram que ser alimentadas por energia elétrica. Trivial. Inegavelmente, isso abriu portas para muitas possibilidades, vide a quantidade de conectividades que as caixas receberam nos últimos tempos. Até baterias para funcionar longe de tomadas já estão recebendo.

Devemos prestar atenção na quantidade de coisas que ela faz e se faz bem. Em um churrasco no final de semana com a família, uma dessas certamente fará a festa. Mas, pensemos juntos: se ela pretende fazer todas essas tarefas, é porque ela quer ser independente de qualquer outro equipamento externo, certo? E por que os valores de mercados dessas caixas são tão baixos quando comparados com as ditas caixas profissionais, construídas “ainda em madeira”? Resposta: o foco. Elas têm a pretensão de fazer tudo. Se vão fazer bem, é outra história.

Como sei que uma caixa de som é profissional?

Normalmente as caixas profissionais prezam por uma resposta de frequência linear, mas sempre dotada de muita eficiência. E isso não costuma ser barato de se conseguir. Existe muita tecnologia e um corpo de engenheiros trabalhando dentro de cada indústria para desenvolver produtos com qualidade, pressão sonora e duráveis até em usos extremos. Além disso ela está lá para cumpri o papel dela, e ponto final. Pois, certamente, o engenheiro sabe que existem outros equipamentos no entorno que estão resolvendo outros problemas. Deixe a caixa ser uma caixa.

Agora, quando vemos algumas conectividades de curtas distâncias, mil aparatos para as mais diversas aplicações, construção em material de pouca resistência mecânica, luzinhas “piscantes”… Certamente você está adquirindo um produto para o consumidor comum (produto consumer), não profissional.

O que é um sistema de line array?

Um sistema de line array na sua essência é a transformação de uma fonte pontual, ou point source (formato de ponto), e uma fonte linear (formato de linha) por meio de um arranjo de caixas acústicas. Isso tende a promover um acoplamento que garante menor perda sonora com a distância. Um sistema desses é bem complexo de ser construído e, em alguns modelos vistos no mercado, nem sempre se comportam como tal em todas as frequências.

Caixas Acústicas: Sistema em Line Array
Sistema em Line Array

É difícil olhar para uma caixa e averiguar se ela é ou não um elemento de um line array de verdade – isto é, que funciona como um em todo o range de frequência. Mas, por outro lado, é simples dizer o que um line array não é: caixas penduradas ou empilhadas. Nem mesmo elementos de line array (cada caixinha) em quantidade menor do que o fabricante indica seria line array de fato. Lembre-se: como veríamos uma linha em uma única caixa?

A dispersão de uma caixa convencional é projetada para que ela funcione “sozinha”. Normalmente, ela tem abertura horizontal entre 60 e 90 graus, e abertura vertical entre 40 e 60 graus. Já uma caixa, ou elemento, de line array é construído para uma abertura horizontal de 90 a 120 graus, e uma abertura vertical de 10 a 20 graus. Note, então, que seria bem mais complicado o posicionamento de somente uma caixa de line array se comparado com uma caixa de um sistema point source.

Preciso de line array ou sistemas convencionais?

O importante neste momento é entender que um tipo de sistema não veio para substituir o outro. Muitos acreditavam nisso por ser uma tecnologia um pouco mais “recente”. Porém, o conceito de recente é relativo, neste caso, já que foram encontrados estudos sobre arranjos em linha que datam de meados de 1920. Ou seja, é uma tecnologia de 100 anos, mas sua aplicação talvez possa ser considerada realmente recente.

Nem sempre é interessante ser simplista, mas precisamos tentar. Responda à perguntas: você consegue “resolver seu som” com uma única caixa? 

  • A resposta é sim? Escolha um sistema convencional. 
  • Se a resposta for não, responda: precisa de muita pressão sonora vinda de um único lugar? Você pode usar um sistema de line array. Pode, e não deve. Temos outros fatores que poderiam ser prejudicados com um sistema com abertura horizontal muito grande, como ambientes fechados com paredes laterais reverberantes.

Existem tecnologias recentes sendo aplicadas nos dois tipos de produtos, line arrays e point sources. Cada um no seu uso e no que faz melhor. Escolha o seu.

Conclusão

Existe ainda uma infinidade de possibilidades que deveria ser explorada para garantir 100% a melhor compra. Mas, seguindo esse guia, adicionando o seu conhecimento na área, analisando o uso dado ao produto, você já tem ferramentas suficientes para ter uma ótima compra.

O Mundo da Música traz muita informação que, certamente, ajudará na árdua tarefa de montar um sistema coeso e funcional. Use as informações de nosso blog sem moderação.

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