Linha do tempo da música brasileira: 1960 a 2000

Caetano Veloso, Gilberto Gil, Legião Urbana, Roberto Carlos e muitos outros nomes fazem parte da linha do tempo da música popular brasileira, uma das expressões mais importantes da nossa cultura. 

A música do Brasil aconteceu, essencialmente, a partir da fusão de elementos europeus, indígenas e africanos, trazidos por colonizadores portugueses e pelas pessoas escravizadas.

Porém, a chamada MPB surgiu na década de 60, durante a Ditadura Militar. O movimento veio como uma nova opção de estilo musical, logo após a Bossa Nova, e reflete a reunião de ritmos e movimentos musicais já presentes no país, trazendo um novo conceito de música nacional.

A linha do tempo da música popular brasileira

Quais foram os topos das paradas musicais das últimas décadas? Que cantores e bandas fizeram parte da evolução musical e ideológica de nossos hits preferidos? O Mundo da Música convida você para uma viagem no tempo.

Neste artigo, vamos refazer o caminho percorrido pelas canções, desde a repressão da ditadura, passando por movimentos como Jovem Guarda, Samba, Sertanejo e outros estilos que marcaram a história da Música Popular Brasileira.

Anos 60: Roberto Carlos ou Gilberto Gil?

Roberto Carlos, Wanderléa, Erasmo Carlos, Jerry Adriani, Sérgio Reis, Eduardo Araújo e Ronnie Von foram os grandes nomes do “iê-iê-iê”.  No agito de guitarras, a Jovem Guarda não se preocupava tanto com as letras das músicas.

Esse movimento misturou música brasileira com moda, algo inusitado no Brasil. Jovens sem engajamento político, apaixonados por pop e sem maiores preocupações eram os fãs da Jovem Guarda.

Em contraponto, os anos 60 também foram de uma turma do barulho, um dos mais expressivos movimentos artísticos nacionais, comandado por Caetano Veloso e Gilberto Gil. A Tropicália buscava romper e protestar contra a música brasileira bem comportada. 

Os ídolos faziam oposição à ditadura e os fãs apoiavam os artistas que lutavam contra a opressão e a favor da liberdade de expressão. Nomes importantes como Jorge Ben, Rita Lee, Nelson Motta, os Novos Baianos, Gal e Chico Buarque ajudaram a construir a história do movimento.

1970: Elis, Raul, Rita e Tim nas paradas musicais

Apesar de dez anos terem se passado, Roberto e sua turma da Jovem Guarda ainda dominavam as praças. Porém, nesta década, Elis Regina e Tim Maia foram nomes que defenderam a MPB e seus icônicos sucessos.

“Como Nossos Pais”, “Águas de Março”, “Cálice” e “Azul da Cor do Mar” foram os hits mais tocados da época. A década de 70 também marcou o surgimento do rock com sua maior representante, a ovelha negra Rita Lee. 

“Agora só falta você” e “Arrombou a festa” lideraram nas paradas musicais. E, claro, o eterno Raul Seixas também deixou sua marca com o lançamento de “Maluco beleza”, em 1977, um dos grandes clássicos brasileiros.

Por fim, e não menos importante, os anos 70 foram animados pelas discotecas. As baladas agitadas empolgavam a juventude da época. Sidney Magal lançou “Meu sangue ferve por você” e as Frenéticas dominaram as paradas do país com seus sucessos da música Disco. 

Anos 80 e a nova onda do rock 

A linha do tempo da música popular brasileira faz uma parada nas asas das baterias sentimentais dos Titãs e Paralamas do Sucesso. Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Lobão, Biquíni Cavadão, e outros, também deixaram sua marca nos anos 80.

Além deles, Renato Russo e sua Legião Urbana, Frejat e seu Barão Vermelho e Paulo Ricardo e seu RPM marcaram uma geração inteira de apaixonados pelas músicas que falavam de tristeza, amor, raiva e outras mensagens de desabafo. 

Foi a era de ouro do rock nacional, sem dúvida. Em 1987, o topo das paradas foi de “Que país é esse?”. Após 20 anos de repressão, agora o Brasil estava livre da Ditadura, o que tornava os já frequentes questionamentos ainda mais comuns e populares. 

O sertanejo começava a cair no gosto popular com a cantora Roberta Miranda e seu hit “Vá com Deus”. A migração do sertanejo para as grandes cidades foi o pontapé para um estrondoso sucesso. Chitãozinho e Xororó com a música “Fio de cabelo” lideraram as paradas musicais. 

1990: Adeus ao Cazuza e união dos gêneros

Perdemos Cazuza em 1990, que nos deixou pérolas musicais que ainda dominam as playlists do pessoal dos anos 80. Foi a década da mistura de todos os gêneros: samba, pagode, axé, pop, rock, rap, sertanejo, funk, todos tinham seu lugar ao sol. 

O bom e velho som do violão e as “modas de viola” cantando sobre o amor seguiram fazendo sucesso com Zezé di Camargo & Luciano, João Paulo & Daniel e Leandro & Leonardo. Nessa época, também, há a consolidação de um pop mais próximo aos moldes do que vemos nos dias de hoje.

Planet Hemp e Gabriel, o pensador representavam o rap nacional. Já Claudinho e Buchecha traziam à cena nacional o funk carioca. Muitos artistas do rock já conhecidos, como a banda Skank e Paralamas do Sucesso, fizeram bastante (com o perdão da repetição) sucesso. 

Cássia Eller, Los Hermanos, Mamonas Assassinas, Daniela Mercury, Só Pra Contrariar, Vinny e Charlie Brown Jr. estouravam as paradas musicais da década. Foi nessa época que o pagode e Axé também caíram no gosto popular.

2000: a era da diversidade musical

O que você estava ouvindo exatamente no ano de 2000? Muitas podem ser as respostas, não é mesmo? Los Hermanos, CPM22, Pitty, Ivete Sangalo, Rouge, KLB, Wanessa Camargo, Natiruts, Planta e Raíz, Marisa Monte, Kelly Key e Latino são alguns dos artistas que tiveram músicas nas paradas de sucesso. 

Alguns críticos dizem que o ano 2000 foi o início de uma bela bagunça musical. Na linha do tempo da música popular brasileira até 2020, podemos inserir incontáveis nomes que lançaram hits, como Ivete Sangalo, Anitta, Jota Quest, Fresno, Kevinho, AnaVitória e outros. 

Muitos ainda pensam que a indústria se perdeu com a internet, que o rock foi deixado de lado e até hoje não achou o caminho. Porém, no gosto popular, os grandes nomes lá do início ainda têm força na playlist nostálgica das mais tocadas, como é o caso de Caetano, Gil, Rita, Titãs, Paralamas, Tim, Cazuza e Roberto Carlos. 

E, nesse clima de nostalgia, mas em meio a muitas novidades boas, vale aguardar ansiosamente o que vai preencher a nossa linha do tempo da música popular brasileira nos próximos anos. Vamos acompanhar?


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Nerau